8/1: STF julga em fevereiro denúncia contra ex-cúpula da PMDF por omissão nos atos golpistas

Para PGR, sete militares em altos cargos sabiam dos planos golpistas, escalaram um efetivo incompatível e retardaram confronto com vândalos.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) estabeleceu a data para o julgamento de sete ex-integrantes da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal, acusados de omissão nos atos golpistas que ocorreram há um ano, quando as sedes dos Três Poderes em Brasília foram invadidas e depredadas.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou esses militares, que serão julgados pela Primeira Turma da Corte, entre os dias 9 e 20 de fevereiro, por meio do plenário virtual. Nesse formato, os ministros inserem seus votos no sistema eletrônico, sem a realização de sessões de debates. A decisão do tribunal determinará se eles se tornarão réus, respondendo a uma ação penal.

Os sete policiais militares denunciados são:

  • Fábio Augusto Vieira (comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal à época dos fatos),
  • Klepter Rosa Gonçalves (subcomandante-geral),
  • Jorge Eduardo Barreto Naime (Coronel da PMDF),
  • Paulo José Ferreira de Sousa Bezerra (Coronel da PMDF),
  • Marcelo Casimiro Vasconcelos (Coronel da PMDF),
  • Flávio Silvestre de Alencar (Major da PMDF),
  • Rafael Pereira Martins (Tenente da PMDF).

Os policiais estão presos e foram acusados pela PGR dos seguintes crimes:

  • Omissão;
  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça, com emprego de substância inflamável, contra o patrimônio da União e com considerável prejuízo para a vítima;
  • Deterioração de patrimônio tombado;
  • Violação de deveres funcionais.

As defesas dos policiais negam as acusações, e o ministro Alexandre de Moraes é o relator do caso.

A investigação indica que os militares tinham conhecimento do risco de invasão de prédios públicos e, deliberadamente, não tomaram medidas para evitar os ataques. Todos os sete tiveram a função pública suspensa e bens bloqueados. O ministro Alexandre de Moraes, ao autorizar as prisões em agosto do ano passado, afirmou que os militares se omitiram dolosamente, ou seja, de forma intencional.

STF julga em fevereiro denúncia contra ex-cúpula da PMDF por omissão nos atos golpistas
Foto: Divulgação

Na denúncia, a PGR apresentou trocas de mensagens entre os acusados antes e durante os atos golpistas, evidenciando “alinhamento ideológico e de propósitos” entre eles e os que pediam a intervenção das Forças Armadas. Os ministros decidirão se eles serão julgados como réus e responderão a uma ação penal.

Até o momento, o STF já condenou 30 pessoas envolvidas nos atos golpistas, e a PGR já denunciou mais de 1.4 mil pessoas, sendo que 1.345 são réus. O julgamento dos sete policiais militares contribuirá para a continuação do processo judicial relacionado a esses eventos.

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