A Polícia Civil deflagrou, na tarde desta quarta-feira (13), a operação “Walking Dead”, em Araguaína, a qual resultou na prisão de dois contadores suspeitos de praticar um lista extensa de crimes na cidade.
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Os suspeitos sãos investigados pelos crimes contra a ordem tributária, organização criminosa, lavagem de dinheiro, falsificação de documento público, associação criminosa, falsidade ideológica, organização criminosa, falsificação de documento particular.
Além dos delitos citados, um dos suspeitos também irá responder por posse ilegal de arma de fogo. Os dois contadores foram identificados como Cleyton da S. T. e Edgar F. R..
Conforme a Polícia Civil, a operação teve como objetivo investigar contadores de Araguaína envolvidos com a abertura de empresas em nome de pessoas que não existem ou que já faleceram, “mortos vivos”, daí o nome da operação.
As investigações tiveram início no ano de 2016 quando auditores da receita estadual de Araguaína foram fiscalizar as empresas Líder Atacadista, Eirelli-Epp (Armazém Líder) e SP da Silva (Comercial SP), as quais estavam cadastradas no mesmo endereço na cidade de Palmeirante e teriam por objetivo o comércio de bebidas e cereais, respectivamente.
Os auditores apuraram que as empresas nunca teriam funcionado de fato no local, bem como teriam lavrado autos de infração que geraram dívidas com o fisco no valor de quase R$ 7,5 milões das duas empresas. As investigações levaram a dois contadores que participaram do esquema de sonegação fiscal.
As investigações apuraram ainda que a empresa Líder Atacadista estaria registrada em nome falso do contador Cleyton. Na oportunidade foi realizado exame prosopográfico e datiloscópico, pelo Instituto de Identificação, ficando constatado que as fotografias e impressões digitais dos documentos apresentados para constituição da empresa investigada seriam do referido contador.
Ainda segundo a Polícia Civil, a empresa S P da Silva teria sido constituída em nome de Sandra Pereira da Silva, a qual teria sido morta em um povoado de Xinguara (PA) em 2010, mas a empresa em seu nome teria sido constituída em 2014, portanto quatro anos após a sua morte.
Na operação, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e seis mandados de busca e apreensão residências, escritórios e comércios dos alvos. Os mandados foram rapidamente pelo judiciário da Comarca de Filadélfia.
Durante as buscas, os policiais localizaram e apreenderam uma arma de fogo com o contador Edgar, que não possuía registro nem autorização para portar a referida arma, sendo o mesmo autuado também em flagrante pelo crime de posse ilegal de arma de fogo.
Também foram apreendidos em poder dos investigados, vários documentos falsos, sendo constatado que Cleyton e Edgar possuíam pelo menos mais três nomes falsos cada um. No decorrer da ação, os policiais apreenderam ainda documentos que ligam as empresas investigadas aos alvos, ratificando as investigações realizadas.
Polícia Civil informou também que foi deferido arresto e sequestro dos bens dos investigados no valor do crédito tributário devido, sendo R$ 2.8 milões referente às dívidas tributárias da empresa Armazém Líder e R$ 4,5 milões da empresa Comercial SP, totalizando R$ 7,3 milões em créditos tributários devidos a fazenda pública estadual.
Os dois indivíduos foram conduzidos até à Central de Flagrantes da Polícia Civil, em Araguaína, onde foram autuados em flagrante pelos crimes que são investigados. Após a realização dos procedimentos legais cabíveis, Cleyton e Edgar foram recolhidos à Casa de Prisão Provisória (CPP) de Araguaína.