Vídeo mostra PMs agredindo médico com chutes e socos durante abordagem em Araguaína

Polícia Militar afirmou que homem reagiu à prisão e três policiais ficaram feridos durante a luta corporal. Já os familiares contaram que o médico estava com as filhas e os PMs chegaram de forma violenta na abordagem.

Compartilhe:

>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram cenas de violência durante abordagem da Polícia Militar em Araguaína, no norte do Tocantins. A ocorrência foi registrada na tarde desta terça-feira (1°). As imagens mostram um homem resistindo à prisão e sendo agredido com socos e chutes pelos policiais. A corporação afirma que houve luta corporal porque ele resistiu de forma violenta e três PMs tiveram ferimentos.

Assista o vídeo:

A versão da polícia é contestada pelos familiares da vítima. O homem que aparece sendo agredido é um médico de 45 anos que atua no Pará, mas a família reside em Araguaína. Segundo os parentes, os PMs chegaram de forma violenta na abordagem não permitindo que o médico sequer se apresentasse ou pudesse se defender.

A confusão aconteceu no estacionamento privativo de um banco na Avenida 1º de janeiro, no centro da central da cidade. A PM afirmou que foi chamada ao local após ele dizer que estava armado e fazer ameaças a outra pessoa nas proximidades.

A corporação afirmou ainda que realizar a abordagem ao suspeito, mas ele estava em visível estado de embriaguez e reagiu de maneira hostil. Foi dada voz de prisão e o homem teria entrando em luta corporal com os militares.

nas imagens é possível ver o homem no chão, ao lado de um carro, sendo imobilizado pelo grupo de PMs. Em determinado momento ele levanta as pernas e atinge o rosto de uma policial. Logo depois começa a ser agredido com chutes e socos por alguns segundos.

Outras imagens, fora do estacionamento, mostram os militares levando o homem até a viatura. Os PMs tentaram colocá-lo no porta-malas da viatura, mas ele resistiu e acabou sendo colocado dentro do carro.

A Polícia Militar afirmou que além da policial agredida no rosto, um sargento ficou com escoriações nos braços e um cabo sofreu um corte no polegar devido à luta com o homem.

O médico foi levado para a Central de Flagrantes e de acordo com a PM deverá responder pelos crimes de desobediência, desacato, resistência, lesão corporal e dano a um veículo. Ele ainda teria ofendido os policiais e na delegacia voltou a apresentar uma conduta agressiva.

A PM afirmou também que a abordagem policial é uma prática respaldada pelo Código de Processo Penal brasileiro e exige como requisito primeiro a fundada suspeita, mas vai apurar a conduta dos policiais.

“Na ocorrência em questão, a polícia foi acionada após denúncia e seguiu o protocolo de abordagem do suspeito, porém, ele não colaborou com o procedimento. Assim como é de praxe em todas as ocorrências da PMTO envolvendo uso de força para contenção, a instituição fará uma análise da ação para aferir os procedimentos adotados pelos seus agentes”, diz a nota.

O que dizem os familiares

Familiares do médico refutaram a versão da PM. Segundo eles, o médico, que não teve o nome divulgado, havia chegado na cidade depois de vários plantões e estava com suas filhas no carro, quando foi atingido por outro veículo, ainda não identificado. Após o incidente no trânsito, o motorista do outro carro teria iniciado uma perseguição contra o médico que entrou no estacionamento do banco em busca de proteção.

Os familiares afirmam que os policiais já chegaram de forma violenta na abordagem e intimado o médico a entregar uma suposta arma de fogo que estaria no veículo, não permitindo que ele sequer se apresentasse ou pudesse se defender.

Os parentes disseram também que o médico negou que estivesse com arma, mas os policiais partiram para as vias de fato, bem como empurrando as filhas que assistiam ao pai sendo agredido. Disseram ainda que mesmo o médico já estando imobilizado, as agressões teriam continuado com chutes em todas as partes do corpo, inclusive na cabeça, apesar dos apelos das filhas e de populares para que os PM parassem.

Por fim, os familiares disseram esperar que os fatos sejam esclarecidos e devidamente apurados.