Um prédio residencial de sete andares desabou por volta das 10h30 de desta terça-feira (15), entre as ruas Tibúrcio Cavalcante e Tomás Acioli, no bairro Dionísio Torres, em Fortaleza (CE). O Corpo de Bombeiros havia dito que uma pessoa morreu, mas mudou de versão no início desta noite. Um vídeo que circula pelas redes sociais mostra o momento exato do desabamento. (Veja o vídeo abaixo).
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Nove pessoas foram resgatadas com vida dos escombros, duas em estado grave. Os feridos em estado grave foram socorridos pelo Samu para o IJF (Instituto Doutor José Frota), referência no estado em casos de alta complexidade. São Cleide Maria da Cruz Carvalho, de 60 anos, e Maria Antônia Peixoto, de 72 anos.
O hospital disse que elas estão “em atendimento e avaliação”. O estado de saúde delas não foi informado. O IJF disse continuar de prontidão para possíveis novas vítimas.
Os demais foram levados para outras unidades hospitalares do município. A Secretaria Municipal de Saúde não divulgou uma parcial do número de vítimas que deram entrada na rede hospitalar do município nem o estado de saúde delas.
Os bombeiros disseram ainda que familiares repassaram uma lista de dez pessoas que estariam desaparecidas, mas os nomes até agora não foram confirmados oficialmente. Três cães farejadores estão sendo usados para rastrear a área do desabamento.
O edifício Andrea tinha 14 apartamentos. De acordo com o coronel Cleyton Bezerra, chefe da operação dos Bombeiros, todas as equipes estão no local, além de terem sido enviadas ambulâncias e helicópteros.
Bezerra informou que ainda há risco de novos desabamentos. “O prédio pode vir ainda a colapsar…Tem bolsões [de ar] que inspiram cuidados. É uma operação que deve estender por todo o dia”, afirmou.
Prédio seria antigo
Anteriormente, o tenente João Romário Filho disse que o prédio era um imóvel antigo. “Já era um prédio antigo, não era em construção. É difícil dizer quão antigo ele era. Não é um prédio novo, [é] residencial, de sete andares”, afirmou.
O prédio é cercado por estabelecimentos comerciais e fica em uma área nobre da capital cearense. “Na loja ao lado do prédio que desabou a parede foi afetada, caiu parcialmente. O cenário está isolado”, explicou.
As ruas próximas ao prédio foram isoladas, mas a corporação descartou que houve vazamento de gás. “Não foi percebido cheiro de gás”, apontou Bezerra.
O presidente da Academia Cearense de Engenharia, Victor Frota Pinto, afirmou que a principal suspeita para o desabamento é o rompimento de pilastras que sustentavam o edifício.
“Os escombros estão uns em cima dos outros. Ele caiu inteiramente na vertical, e isso é um indicativo de problemas de estrutura de pilastra rompendo. Isso faz com que ele caia com essa natureza”, disse o engenheiro, em entrevista à rádio Verdes Mares.
Segundo Pinto, imagens feitas por moradores antes da tragédia mostram que as pilastras do prédio tinham problemas estruturais. “As fotografias que estão surgindo mostram exatamente as pilastras com as ferragens expostas. Presume-se que foi isso” diz.
Após o desabamento do prédio, o Ministério Público do Ceará informou que uma força-tarefa formada por promotores das áreas do meio ambiente, cidadania e de políticas urbanas e fundiárias vai elaborar um levantamento da situação de outros edifícios que estejam em situação irregular, com risco à população.
“O objetivo é acionar as autoridades competentes e prevenir ocorrências dessa natureza”, informou o órgão.