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Um vídeo feito nesta quarta-feira (14) no Hospital Geral de Palmas (HGP), maior unidade pública do Tocantins, mostra várias pessoas em um corredor. Entre os pacientes sem a assistência adequada está uma mulher grávida. A família disse que ela deu entrada na noite desta terça-feira (13) e até o início da tarde não tinha sido examinada e colocada em um leito clínico.
As imagens gravadas no local mostram o corredor lotado de pessoas sendo atendidas de forma improvisada. Assista o vídeo:
O problema se tornou frequente no início do mês de maio, quando a unidade começou a passar por reformas. Durante uma vistoria realizada no último dia 23 de julho, quando 20 pacientes foram vistos em corredores, o diretor-geral da unidade, Leonardo Toledo, afirmou ao Ministério Público que a obra seria concluída em três dias e que no mesmo mês 48 novos leitos estariam disponíveis.
O Governo do Estado foi procurado para explicar porque a situação não foi resolvida, mas ainda não se posicionou.
Uma tia da paciente grávida, que preferiu não ser identificada, conta que a sobrinha pediu para um homem gravar o vídeo. Ela conta que a mulher tem 40 anos e que a gravidez é de risco. “Ela já ficou internada por causa de problemas nos rins e está até usando cateter. Na UPA ela descobriu que está com suspeita de pré-eclampisia”.
A tia contou que a mulher foi hospitalizada por causa de um sangramento no nariz. “Na segunda-feira (12) começou a sair sangue e ela foi para a UPA de Taquaralto. Depois foi encaminhada para o Hospital e Maternidade Dona Regina, onde teve alta. Mas ela passou mal de novo e foi pro HGP”.
Segundo ela, desde que deu entrada na unidade, a mulher não passou por exames e aguarda atendimento no corredor. “Ela está lá esperando em uma maca sem colchão. Está desde ontem à noite assim. Ela também está com anemia. O médico disse que tinha que ter repouso e está passando por esse transtorno. A gente tem medo que ela possa piorar”, lamenta a tia.
Transtornos no HGP
Desde que uma reforma foi iniciada no Hospital Geral de Palmas, vários situações de desassistência foram flagradas e denúncias de pacientes em corredores se tornaram frequentes. Vistorias realizadas no local também constataram várias irregularidades, como corredores lotados, falta de medicamentos e materiais.
Pacientes foram deixados em corredor do HGP mesmo após cirurgias. Sem maca, uma pessoa precisou ser medicada no chão do pronto-socorro do HGP. Para evitar o contato direto com o chão alguns pacientes usaram papelões e lençóis para deitar. Na época, em julho deste ano, um funcionário que pediu para não ser identificado informou que a situação já durava 24 horas.
No mês de maio um idoso também precisou ficar no chão enquanto era medicado. Um vídeo feito no local mostrou o paciente deitando ao lado de uma lixeira. A mulher que filmou precisou levar cadeira da própria casa para que o pai ficasse.