Uma jovem caiu nesta sexta-feira (7) em uma das enormes voçorocas que avançam no entorno do município de Buriticupu, no Maranhão. A vítima, identificada por moradores e amigos como Maisa Sousa, foi resgatada com vida e encaminhada para uma unidade hospitalar, mas não há informações detalhadas sobre seu estado de saúde.

Segundo relatos de moradores da região, Maisa reside no Residencial Eco Buriticupu, uma das áreas que estão sendo gradualmente engolidas pela voçoroca. O Corpo de Bombeiros informou que a jovem foi socorrida pelo Samu e levada para um hospital, cujo nome não foi divulgado.

Assista o vídeo:

A voçoroca onde o acidente ocorreu tem cerca de 80 metros de profundidade. Um vídeo mostrou a vítima se movimentando, mas com dificuldade para se levantar. Inicialmente, bombeiros civis enfrentaram dificuldades para se aproximar do local. Após o acionamento, uma equipe do Batalhão de Busca e Salvamento foi enviada para realizar o resgate.

Em nota, os bombeiros explicaram que a jovem estava em estado de descontrole e correu em direção à voçoroca, ultrapassando a área de isolamento, o que resultou na queda. “A vítima foi resgatada pelos bombeiros, que realizaram os primeiros socorros. Ela foi encaminhada a uma unidade hospitalar pela equipe do Samu”, disse a corporação.

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O que são voçorocas?

Voçorocas são fenômenos geológicos que surgem como fendas no solo, geralmente provocadas pela erosão causada pela água da chuva. Quando não há medidas para contê-las, essas crateras podem atingir lençóis freáticos e se expandir rapidamente.

Em Buriticupu, as voçorocas se formaram devido à rápida expansão urbana e ao desmatamento da vegetação nativa em áreas de alta declividade. Na cidade, os abismos chegam a 70 metros de altura e 500 metros de comprimento, ameaçando “engolir” casas e estruturas.

Situação no Residencial

No Residencial Eco Buriticupu, onde centenas de casas foram construídas, muitos moradores já se mudaram por não se sentirem mais seguros perto da voçoroca. O valor dos imóveis na região caiu mais de 50%, e mesmo assim os moradores afirmam que não há interessados em comprar as propriedades. A voçoroca continua avançando, aumentando os riscos para a comunidade local.

O decreto municipal de calamidade pública, emitido em 11 de fevereiro de 2025, alerta que 1,2 mil pessoas, distribuídas em 250 moradias, estão em áreas de risco nos bairros Caeminha, Centro, Vila Isaias, Santos Dumont, Eco Buriti, Terra Bela, Sagrima e Terceira Vicinal.

Até 2024, 180 famílias já estavam em situação de risco devido ao avanço das voçorocas. Em 2025, o problema se agravou, e mais famílias tiveram que abandonar suas residências próximas às áreas onde as voçorocas já atingiram níveis críticos. O decreto reforça a urgência de ações para garantir a segurança e o reassentamento das famílias afetadas.