Trabalho de artesãs apresenta cultura do capim dourado do Tocantins para o mundo

Artesanato de capim dourado atrai turistas e representa identidade do Tocantins. Trabalho tem incentivo de especialistas que ajudam na gestão de negócios.

Compartilhe:

>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.

Transformar arte em fonte de renda é o principal desafio de quem trabalha com artesanato. No Tocantins, os produtos mais conhecidos certamente são aqueles feitos com capim dourado. É dessa fibra natural que diversas famílias de artesãos tiram seu sustento.

Produto típico da região do Parque Estadual do Jalapão, o capim dourado tem se espalhado para todos os lugares do mundo, graças aos turistas que visitam o Tocantins e levam as peças de artesanato como lembrança.

A planta é encontrada em poucos lugares no país. Além da beleza natural, da fibra é possível fazer diversos acessórios, bolsas e itens de cozinha, gerando trabalho e renda.

Esse é o caso da artesã Eliene Bispo Cantuário, presidente da Associação Dianopolina de Artesãos, que trabalha no ramo há mais de 20 anos. “Primeira vez que vi o capim dourado fiquei encantada! Achei muito bonito e na primeira oportunidade que eu tive, fiz o curso”, conta.

Eliene (à direita) é presidente da Associação Dianopolina de artesãos — Foto: Reprodução/Eliene Cantuário
Eliene (à direita) é presidente da Associação Dianopolina de artesãos — Foto: Reprodução

O trabalho não é fácil, mas ao longo dos últimos anos essa arte em ganhado mais destaque. O artesanato da Eliene ganhou o mundo quando a primeira-dama, Janja Silva, usou peças de capim dourado, feitas por ela, no vestido da posse do presidente Lula em 2023.

“Fiquei muito orgulhosa pelo reconhecimento e pela valorização que a gente teve”, comenta.

Para valorizar esses produtos que levam a marca do Tocantins, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desenvolve há duas décadas um trabalho especial voltado para os artesãos que investem na produção de capim dourado.

O trabalho é reconhecido e valorizado por quem compra os produtos. A economista Hanna Lobo Leite Bhering Silveira visitou o Tocantins e levou para São Paulo várias peças feitas de capim dourado.

“Eu fiquei encantada! É tudo muito bonito e bem feito, além do trabalho de preservação que nos contaram. Sempre uso o sousplat quando recebo visitas e elas comentam da beleza que é. Fica super elegante!”, conta a economista.

Incentivo e reconhecimento

Em 2022, a artesã ganhou o Prêmio Sebrae Top 100 de Artesanato, na categoria de artesanato de referência cultural. Mas o contato com o Sebrae vai além do reconhecimento e valorização cultural.

“A parceria com eles é importante, com cursos e capacitações sobre como atender cliente, curso de gestão para empreender e outros de capacitação com muita qualidade”, destaca Eliene.

Eliene foi uma das finalistas do Prêmio TOP 100 Artesanatos — Foto: Reprodução/Arquivo pessoal
Eliene foi uma das finalistas do Prêmio TOP 100 Artesanatos — Foto: Reprodução

O Sebrae iniciou o trabalho com artesãos na região do Jalapão há mais de 20 anos, com consultoria de design. A analista do Sebrae, Celina Soares, destaca as principais áreas de atuação da instituição no estado.

“Trabalhamos em um tripé, de gestão de produção, mercado e sustentabilidade. Oferecemos cursos e capacitações para precificar o produto, fazer o design deles, elaboração de catálogos para venda, aprimoramento na comunicação, entre outras atividades”, explica a analista.

O desafio é trabalhar e valorizar uma das riquezas tocantinenses. “O próprio trabalho com o capim dourado, com matéria prima nativa da região, é um trabalho minucioso para que possamos ter por muitos anos esse produto, que é nosso ouro, que é o capim dourado”, ressalta Celina.

Por g1