Suspeita de ser servidora fantasma fotografou voto em Carlesse e enviou para equipe de governo

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Apontada pela Polícia Civil como servidora fantasma do Governo do Tocantins, a fisioterapeuta Cynara Nunes Leão fotografou a urna eletrônica após votar no primeiro turno das Eleições de 2018. Segundo as investigações, ela enviou as imagens para a Gerente de Capacitação aos Municípios, Elaine Rocha Menegon, que agradeceu.

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Apesar de ser um crime eleitoral, a fisioterapeuta fez imagens dos votos em Mauro Carlesse (PHS) para governador e no candidato a deputado estadual Elmar Batista Borges, conhecido como ‘Cenourão’ (PV).

Cenourão foi Secretário de Governo de Marcelo Miranda (MDB) e era um dos responsáveis por assinar a folha de frequência de Cynara. Ele acabou não se elegendo.

Imagem: Divulgação

A polícia informou ainda que os documentos irregulares que atestavam a presença da fisioterapeuta também foram assinados pelo então Superintendente de Administração e Finanças, Janio Potengi Siqueira de Carvalho.

Eleine, Borges e Carvalho estão entre os alvos da Operação Catarse, realizada nesta terça-feira (16). A polícia acredita que eles usavam da influência política que tinham no Palácio Araguaia para ajudar Cynara Leão a continuar em funções públicas mesmo sem trabalhar. A Justiça autorizou também a quebra de sigilo telefônico deles e de outras três pessoas.

Elaine continuou no governo durante a gestão de Carlesse e atualmente está lotada na Secretaria de Infraestrutura, como Gerente de Capacitação aos Municípios.

Cynara é servidora concursada desde 2010. Ela também é sócio-administradora de quatro empresas. a fisioterapeuta foi alvo da operação em dezembro do ano passado e é investigada por supostamente receber sem trabalhar.

Em mensagens trocadas por aplicativo de celular Cynara manifestou medo de ser descoberta.

“Os dois e oitocentos que eu ganho lá vai me fazer mega falta, né! Mas, assim, eu tô vivendo com medo. Eu faço poucos stories, né… Eu num, num to indo para academia malhar cedo, porque teoricamente é como se eu estivesse cumprindo horário todos os dias cedo lá”.

Cynara Leão – Foto: Divulgação

Na decisão que autorizou as buscas mais recentes, a juíza Renata do Nascimento e Silva, da 1ª Vara Criminal de Paraíso do Tocantins, determinou que as autoridades policiais da capital não fossem avisadas antes do cumprimento das buscas.

“No presente caso, praticamente todos os Mandados de Busca e Apreensão expedidos estão endereçados à Comarca de Palmas/TO, não constituindo nenhum disparate afirmar que a comunicação prévia à chefia da unidade policial envolvida poderá redundar em grave perigo ao bom êxito das investigações”, escreveu ela.

A atual diretora de Polícia do Interior da Secretaria da Segurança Pública (SSP), Delegada Raimunda Bezerra é citada o inquérito que apura se fisioterapeuta Cynara Leão Mota, servidora de carreira, mas lotada na extinta Secretaria de Governo seria fantasma em Paraíso do Tocantins. Ela aparece em diálogo para lotar servidora na delegacia que comandava, em Paraíso.

A delegada não é investigada, mas relação próxima serviu para juíza autorizar busca sem aviso prévio à própria diretora.

Outro lado

A defesa de Jânio Carvalho disse que ainda não teve acesso aos autos do Inquérito. Afirma ainda que ele somente foi convidado a prestar esclarecimentos e todas as informações necessárias serão prestadas em momento oportuno.

Elmar Batista Borges, o ‘Cenourão’, negou as acusações, disse que não participou da movimentação da servidora e que foi chamado para servir apenas como testemunha no caso.

A defesa da servidora Cynara Leão afirma que está analisando os autos e posteriormente se manifestará. A defesa de Elaine Rocha Menegon não foi localizada para comentar o caso.

A assessoria do governador Mauro Carlesse informou que ainda não teve acesso ao processo e que se a prática realmente for confirmada se trata de atitude isolada dos servidores envolvidos.

Entenda

As investigações tiveram início no dia 6 de dezembro do ano passado após denúncias de funcionários fantasmas do governo do Tocantins em Araguaína. Duas mulheres que estariam recebendo sem trabalhar foram identificadas. Uma delas estuda medicina no exterior e mesmo assim era paga pelo estado. A outra é dona de um hotel de luxo na cidade.

No dia 7 de dezembro, mandados de busca e apreensão foram cumpridos na Secretaria-Geral de Governo, onde a Polícia Civil investiga a existência de cerca de 300 funcionários fantasmas. O órgão fica dentro do Palácio Araguaia e serviria para cuidar da parte administrativa do gabinete do governador, da Praça dos Girassóis e de escritórios de representação do governo.

Polícia Civil no Palácio do Araguaia

Outro desdobramento ocorreu na Câmara de Municipal de Porto Nacional, quando foram cumpridos mandados contra fraudes em licitações. Essa fase foi chamada de Negócios de Família. A suspeita é de que o grupo teria desviado R$ 700 mil. Entre os presos na ação estavam três vereadores, vereador licenciado e um ex-vereador

Já dia 20 de dezembro, uma a fisioterapeuta Cynara Leão de Paraíso do Tocantins foi alvo da operação por suspeita de ser funcionária fantasma no estado.

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