Supostos pistoleiros usam motosserras para derrubar barracos de camponeses no Tocantins

A ocorrência foi numa área de conflito em Barra do Ouro. Na área existem dois assentamentos, que foram criados pelo Incra, em março deste ano.

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Uma ação de supostos pistoleiros provocou a derrubada de moradias de camponeses que moram em um assentamento em Barra do Ouro, região norte do Tocantins. Os moradores relataram que os homens chegaram com motosserras para derrubar os barrados. Plantações de milho, mandioca e feijão foram destruídas pelos indivíduos. O caso foi denunciado à Polícia Civil.

A região é de conflito pela terra onde fica a Gleba Tauá. A comissão Pastoral da Terra (CPT) informou que a ação dos supostos pistoleiros teria sido mandada por um empresário que diz ser dona da terra. Conforme a entidade, nenhuma autorização judicial foi apresentada ou emitida recentemente pela Justiça para derrubar os barracos.

Os assentados denunciaram que as ameaças e intimidações pelos funcionários do empresário são constante. Um dos supostos pistoleiros teria afirmado que iria derrubar todas a estruturas que estiverem sendo construídas no local.

O empresário que reclama a posse da Terra seria Emílio Binotto. Já o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que a área é pública, pertencente à União e está sob gestão da Secretaria Especial de Agricultura Familiar.

Em março deste ano, o Incra criou dois assentamentos na região onde fica a Gleba Tauá.

Porém, embora o Incra tenha criado a área do assentamento, por meio de portarias, restam outras etapas para legalizar a terra e entregar os títulos aos camponeses.

segundo levantamento da CPT, cerca de 20 famílias tradicionais vivem há mais de 50 anos na gleba e outras 66 passaram a ocupar as terras na última década. Já em 2015, o fazendeiro teria chegado no local e começado a desmatar o cerrado para fazer plantações. Os camponeses também denunciam crimes ambientais e despejo de agrotóxicos em fontes de água para impedir a agricultura familiar.

Providências
Por meio de nota, o disse que solicitou informações à Polícia Civil sobre as situações de violência no campo na região. O órgão afirmou ainda que a Ouvidoria Agrária Nacional acompanha os conflitos na Gleba Tauá, tendo solicitado a atuação da Delegacia Especializada na Repressão de Conflitos Agrários do estado para apurar os casos de violência relatados na área.

Já  a Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou que a Delegacia Especializada na Repressão de Conflitos Agrários (DERCA) tem realizado ações de prevenção a incidentes na região de Barra do Ouro e deslocado equipes até o local para fazer investigações. Sobre os fatos recentes, a SPP disse que já estão sendo tomadas as devidas providências para elucidação do ocorrido.

O Ministério Público Estadual afirmou que atua em uma ação sobre violência agrária envolvendo a propriedade e os camponeses, mas não tem atuação no processo de regularização da terra.

Foto: Reprodução

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