Recado das urnas | Carlesse vence 2º turno, mas sem os votos da maioria

A eleição suplementar da eleição do Tocantins, marcada pelo grande número de abstenções, nulos e brancos, teve a vitória do governador interno.

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O governador interino Mauro Carlesse (PHS) venceu o segundo turno da eleição complementar do Tocantins, para o mandato “tampinha”, até 31 de dezembro. Ele obteve 75,1% dos votos válidos (quando são excluídos as abstenções e votos brancos e nulos). O outro candidato, Vicentinho Alves (PR), teve apenas 24,8%. No entanto, o vencedor está longe de se gabar de ter sido eleito pelo voto da maioria, pois este pleito foi marcado pelo grande número de abstenções (34,8%), que somando aos votos nulos (23,4%), mais os brancos (2,5%), mostra que cerca de 60% dos eleitores do estado se eximiram de escolher um dos candidatos.

Esse resultado reflete a insatisfação e descrença dos tocantinenses com os políticos. Descontentamento este que vem crescendo em todo país, como apontam as recentes pesquisas de opinião. No entanto esse atitude de não votar em ninguém, não tem influenciado o resultado da eleição, onde claramente não se ver mudança.

Ao vencedor Carlesse, cabe comemorar a conquista. Mas esse recado das urnas não pode ser ignorado. O eleitor está descontente e não expressa confiança nos atuais políticos. A população clama por mudança, e apesar da tática de se eximir de escolher seus gestores, que de ante mão, não está provocar esse mudança, isso pode mudar um dia.

A posse do governador eleito será realizado até o dia 9 de junho. Em outubro teremos as eleições gerais para escola de presidente, senadores, deputados federais e estaduais e governadores. Neste pleito Carlesse pode concorrer à reeleição.

O governador eleito é natural de Terra Boa (PR) e no Tocantins atuou como empresário e agropecuarista. Ele iniciou na política ao se filiar no Partido Verde (PV) em 2011. Foi candidato a prefeito em Gurupi nas eleições de 2012. No ano seguinte, filiou-se ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) e venceu as eleições de 2014 para deputado estadual.Foi eleito em julho de 2016 e assumiu o cargo de presidente da Assembleia Legislativa para o biênio 2017/2019.

Carlesse se envolveu em uma polêmica em 2015,  ao ser preso no departamento de assessoria militar da Assembleia Legislativa, em Palmas. A prisão foi decretada por causa de um processo de execução de pagamento de pensão alimentícia contra o parlamentar, que corre na comarca de Barueri (SP). Na época, o advogado do parlamentar, Sandro Henrique Armando, disse que houve uma divergência nos valores defendidos pelas partes.

O parlamentar assumiu o governo do Tocantins após a cassação de Marcelo Miranda (MDB) e Cláudia Lelis (PV) e se candidatou para permanecer no cargo.

Números da apuração

  • Votos válidos: 490.461
  • Abstenção: 355.032
  • Nulos: 155.627
  • Brancos: 17.209
  • Total de eleitores: 1.018.329

Promessas
No plano de governo apresentado ao TRE e durante a campanha eleitoral, o governador eleito apresentou várias propostas. Entre elas estão:

Planejamento e gestão
– Redução sistemática no número de servidores contratados e nomeados;
– Contenção de despesas e negociação de dívidas;

Educação
– Melhorar a estrutura das escolas estaduais com foco no modelo de tempo integral;
– Implantar unidades de escolas técnicas e militares;
– Realizar anualmente o salão do livro;

Segurança Pública
– Investir em inteligência, informação e tecnologia de forma compartilhada com outras instituições públicas;
– Promover força-tarefa nas cidades de Araguaína, Porto Nacional, Paraíso, Gurupi e Araguatins;

Infraestrutura
– Recuperar a malha asfáltica e as estradas vicinais
– Viabilizar contratos para obras de infraestrutura em 139 municípios;
– Construir ponte sobre o rio Tocantins em Porto Nacional e sobre o rio Araguaia, em São Geraldo;
– Viabilizar construção de novas rodovias e atuar com o governo federal para o efetivo funcionamento da ferrovia norte-sul e iniciar a duplicação da BR-153, conclusão da BR-242 e BR-010;

Saúde
– Zerar a fila de cirurgias eletivas na rede hospitalar;
– Reorganizar cargos e funções para reduzir gastos;
– Concluir obras de reforma e ampliação de obras em hospitais.

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