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Ser liderança na comunidade no empoderamento de pessoas, na mobilização para a defesa dos direitos, na participação de conselhos de políticas públicas, na luta pela igualdade e superação da pobreza, na promoção do acesso a justiça e pacificação de conflitos estão entre os princípios dos Assessores Populares, certificados no último sábado (11), na Faculdade Católica do Tocantins, em Palmas.
A certificação é resultado da formação comunitária chamada curso de Assessores/as Populares, que acontece no projeto Promoção e proteção dos direitos humanos de crianças e adolescentes, reforma política e democracia do estado do Tocantins realizado pelo Centro de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedeca) Glória de Ivone e apoiado pela KZE/Misereor.
Nesta primeira turma, 35 pessoas das regiões de Taquaralto e Aurenys foram formadas em direitos humanos para fortalecerem o protagonismo social e a autonomia das pessoas dos seus territórios. A formação contou com a parceria da Faculdade Católica do Tocantins, da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins) e da Prefeitura de Palmas
O encerramento foi marcado por vários depoimentos dos Assessores Populares sobre a importância do curso em suas vidas, como o do idoso Manoel de Sousa, de 70 anos, que iniciou a formação no dia do seu aniversário e por não ter tido outra formação formal, disse que aquela era a formatura da sua vida.
Agora, já como Assessora Popular, Regimare Matos, de 38 anos, tem a certeza que se envolverá mais com o seu bairro. Ela contou que sempre saia do curso feliz e apesar da curta duração, a formação gerou muito conhecimento. “É não me esconder mais. É estar exposta e disposta a ajudar”, disse Regimare.
Quem também está com essa disposição é a Divina da Silva, 25. “Agora eu sei os direitos das mulheres e das crianças. Se acontecer qualquer coisa comigo, com meus amigos ou vizinhos posso ajudá-los a procurar os seus direitos”.
O próximo passo é criar os Núcleos de Assessoria Popular (NAPs) que serão espaços para replicar os debates do curso e estimular e auxiliar a participação da comunidade nas políticas públicas e nos conselhos setoriais. Os núcleos também têm a atribuição de debater os problemas das comunidades e propor e executar estratégias de superação de forma autônoma e apartidária.
Caminho da paz
No encerramento, foi realizada a oficina Gestão de Conflitos à Luz da metodologia da Escola de Perdão e Reconciliação com a mestre Maria do Socorro Medeiros Dantas. Trazendo um resgate histórico da formulação dessa metodologia, Maria do Socorro falou sobre a violência e o perdão e realizou uma dinâmica sobre saber ouvir e identificar o que há de melhor em cada pessoa.
Segundo ela, o caminho para a construção de uma cultura de paz é reconhecer a dor do outro e ter empatia. Lembrou também que é preciso utilizar a razão para administrar as emoções, sendo que essas precisam ser valorizadas no dia a dia.
“Cada pessoa é responsável por promover uma cultura cidadã. É uma questão política na perspectiva de ser uma pessoa autônoma. É não deixar que o outro me domine e controle”, explicou Maria.
Ao esclarecer o que é perdão, ela destacou ser uma questão de saúde mental e não está relacionado a esquecer ou reprimir sentimentos, mas sim em transformar a imagem negativa que se constrói do outro, reconhecendo que isso é um processo.
Também estiveram presentes no encerramento a secretaria municipal de Assistência Social, o Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), a Faculdade Católica do Tocantins e o 6º Batalhão da Polícia Militar. (Ascom/Cedeca)
Foto: Divulgação