Preso injustamente, jovem deixa de conhecer filho que morreu afogado

Ele foi acusado de assassinato em Paraíso do Tocantins e ficou preso por dois anos. Testemunhas e imagens de câmera de segurança desmentiram a versão de participação dele.

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Um jovem foi acusado injustamente por um homicídio e ficou preso por dois anos em Paraíso do Tocantins. Após esses anos de vida perdida, foi nesta segunda-feira (9) que ele deixou a cadeia após ser inocentado das acusações. Atualmente com 25 anos o rapaz viveu um dos piores momentos da sua após receber a notícia da morte do filho recém-nascido que ele nem chegou a conhecer.

A Criança morreu afogada e como aguardava julgamento, o pai não pode ir no velório e nem no enterro. “Não pude sequer pegar meu filho no colo”, conta o jovem emocionado.

Foi durante uma sessão do Tribunal de Juri que foi confirmada a absolvição. A Defensoria Pública, que representa o jovem inocentado, apresentou aos jurados vários questionamentos sobre a condução da investigação.

O crime o qual ele foi acusado aconteceu após uma discussão em um bar da cidade em novembro de 2017. Nas imagens, a vítima aparece discutindo com dois homens e depois saindo de moto do local. Os dois suspeitos do crime saem logo depois em outra motocicleta.

O homem que estava na garupa esfaqueou a vítima, que não resistiu e morreu. Na noite do crime, apenas o piloto da motocicleta foi preso.

As investigações apontavam como suspeito, que conforme o dono do bar, tinhas as mesmas características físicas semelhantes do preso injustamente, como cor da pele e tipo físico.

Após várias buscas sem sucesso pelo suspeito, a Polícia Civil recebeu uma ligação anônima informando que o autor do crime seria um jovem conhecido pelo apelido de um cantor famoso. Após apurações, a Polícia chegou até ao rapaz que afirma que nunca teve o tal apelido, até porque não se parece com o artista.

Durante o julgamento, o piloto da motocicleta disse aos jurados que não conhece o homem acusado pelo assassinato e que o encontrou pela primeira vez no Fórum para a audiência. A defesa também fez uma comparação entre a altura do homem inocentado e do piloto da moto.

Eles têm alturas semelhantes, mas no vídeo é possível ver que o homem que desferiu as facadas era bem mais alto que o piloto. Infelizmente nas imagens não é possível ver o rosto de nenhum dos acusados.

Para preservar a privacidade do acusado, o nome dele não foi divulgado pela Defensoria Pública. A decisão de inocentá-lo foi tomada pelos jurados por unanimidade.

O jovem, agora, deseja recuperar a sua dignidade perdida por causa do erro que maculou sua imagem, em razão das notícias veiculadas à época apontando-o como assassino. ‘‘Qualquer busca pelo meu nome na internet vai me taxar como criminoso de uma morte que eu nunca cometi’’, disse.

No momento em que foi preso, ele já enfrentava dificuldade em conseguir emprego e a pouca renda que tinha era garantida como pintor. “Agora vou ter que começar tudo de novo, retomar a minha vida novamente e que seja feita a vontade de Deus”, disse.