Cinco policiais militares e um guarda metropolitano de Palmas são investigados pela Polícia Civil por suspeita de execução de Jaimeson Alves da Rocha em uma oficina de motos. A investigação sugere que eles forjaram uma troca de tiros e plantaram uma arma no local para encobrir o crime.
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Os investigados são:
- Wanderley da Silva Junior: sargento da PM, comandante da viatura durante a abordagem.
- Lilton Pinto Cardoso Lima: cabo da PM que teria removido a arma da mão de Jaimeson após o suposto confronto.
- Willian Tiago Lopes e Danilo Henrique Rocha Filgueiras: integrantes novatos da Rotam, que, segundo a investigação, teriam participado da execução como um “batismo”.
- Adeone Antônio Bernardo de Jesus: cabo da PM e membro da inteligência do Batalhão de Choque, participou da abordagem e fez a vigilância do local.
- Emanuel Portinari Ferreira Lima: inspetor da Guarda Metropolitana, teria ordenado o monitoramento da vítima por câmeras de vigilância e auxiliado no controle das testemunhas.
Na terça-feira (15), a Polícia Civil cumpriu 14 mandados de busca e apreensão no caso. A decisão judicial também determinou o afastamento dos investigados de suas funções públicas, a suspensão do porte de armas, o monitoramento eletrônico dos suspeitos e a proibição de acesso às instalações da Polícia Militar e Guarda Metropolitana ou contato com testemunhas.
Os advogados dos investigados afirmaram que ainda não tiveram acesso aos autos para se pronunciar sobre o caso.
A Polícia Militar confirmou que colaborou com a operação, enquanto a prefeitura de Palmas informou estar cooperando com a investigação do suposto envolvimento do guarda metropolitano.
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A investigação
Jaimeson, conhecido como ‘Pitbull’, foi morto em junho de 2024, durante uma abordagem da Rotam, que inicialmente alegou que ele tinha um mandado de prisão em aberto e atirou contra os policiais. No entanto, a investigação da Polícia Civil contesta essa versão, com depoimentos e imagens de câmeras de segurança mostrando que Jaimeson já estava rendido com as mãos para cima quando os policiais chegaram.
Antes da execução, a vítima foi monitorada ilegalmente por câmeras de trânsito e vigiado pelo grupo por pelo menos nove dias. A investigação concluiu que não houve troca de tiros e que a arma encontrada perto de Jaimeson foi plantada. Perícias apontaram que o contato dele com o revólver foi forçado e que o DNA de outras pessoas estava presente na arma, reforçando a hipótese de manipulação.
A suspeita é de que a execução tenha sido motivada por vingança, após um desentendimento e troca de socos entre Jaimeson e policiais em uma abordagem anterior, em dezembro de 2023. Após o incidente, ele foi alvo de ações policiais sem mandado judicial, assim como seus familiares.