A Polícia Civil iniciou nessa segunda-feira (15) a Operação Intramuros para combater uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios. Ao todo, são 75 mandados de prisão e 72 de busca e apreensão. A ação conta com 300 policiais e está sendo realizada em 14 cidades do Tocantins e em Goiás e Piauí.
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Dentre as ordens de prisão, pelo menos 30 eram contra criminosos que já estão presos nas unidades prisionais do estado e mesmo assim continuam comandando o tráfico. Segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP), até meio-dia desta segunda-feira, 65 pessoas foram presas e as investigações continuam.
Entre as prisões, seis foram feitas na Casa de Prisão Provisória de Palmas e outra na unidade prisional feminina. Outras cinco prisões ocorreram na Unidade de Tratamento Penal Barra da Grota, em Araguaína, onde estão presos dois homens que seriam os principais chefes do esquema.
De acordo com a polícia, durante o cumprimento de mandados no presídio de Cariri do Tocantins, região sul do estado, os agentes encontraram plantas da unidade e um plano para invadir um dos blocos.
Conforme o delegado Eduardo Menezes, da Delegacia de Investigações Criminais de Paraíso do Tocantins, os presos estavam planejando invadir o bloco de outra facção para executar os presos rivais.
Ainda segundo o delegado, muitos homicídios registrados no estado nos últimos meses, principalmente em Palmas, são decorrência de uma guerra entre os grupos criminosos.
“A gente acredita que os índices de homicídio vão diminuir em Palmas. Vários líderes foram presos. Só nós últimos seis meses conseguimos elucidar três homicídios cometidos por membros dessa facção contra membros da facção rival”, explicou.
Investigação
Segundo o delegado, o grupo criminoso é tão organizado que possui até um setor de Recursos Humanos (RH) e um tribunal da morte para decidir quem vai morrer. Pelo sistema da organização, cada membro da facção tem uma ficha cadastral e ganha pontos ao executar membros do grupo rival.
“Cada morte representa uma pontuação. Talvez a maior pontuação da organização criminosa. Essa pontuação é revertida na ascendência na hierarquia da organização. Por isso o alto número de homicídios”, pontua.
Durante a operação foram apreendidos tabletes de maconha e 1,5 kg de crack. Parentes de presos foram presos em Goiás e Piauí. O delegado disse também que os familiares eram obrigados a entrar no grupo e ajudar com dinheiro, emprestando as contas bancárias e até levando celulares e drogas para os presídios nos dias de visita.