PMs tinham armas não letais disponíveis em abordagem que matou a tiros homem em surto psicótico

PM afirma que policiais tentaram usar uma arma de choque, mas a situação impossibilitou ação. Morte está sendo investigada pela Divisão de Homicídios de Araguaína (TO).

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Os policiais que abordaram e mataram a tiros um homem em surto psicótico em Araguaína, norte do Tocantins, estavam equipados com armas não letais, mas não chegaram a utilizá-las. A Polícia Militar alega que a “rápida e agressiva sequência de eventos obrigou” a equipe a usar armas de fogo.

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O incidente ocorreu na segunda-feira, 15 de julho, no setor Lago Azul IV. Iranilton da Silva Santos, de 35 anos, estava com um facão ameaçando vizinhos. A PM foi acionada para apoiar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).

A abordagem foi filmada por moradores e está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios de Araguaína como morte por intervenção de agente do Estado.

Em nota, a Polícia Militar explicou que durante a tentativa de conter Iranilton, ele soltou dois cães da raça pitbull, que atacaram e feriram um dos policiais.

“O risco iminente à integridade física da equipe e dos presentes obrigou o uso de arma de fogo para neutralizar a ameaça”, diz um trecho da nota.

Vídeos gravados por moradores mostram o momento em que Iranilton é baleado pela PM durante o surto psicótico.

Após a morte, a PM reiterou que segue rigorosos procedimentos de treinamento e possui diversas ferramentas de menor potencial ofensivo. Todas as Unidades Policiais Militares são equipadas com dispositivos não letais, como espargidores lacrimogêneos, dispositivos eletrônicos de controle e espingardas com munição de borracha.

A própria Polícia Militar abriu um procedimento interno para apurar a conduta dos policiais envolvidos, conforme as normas da instituição.

Entenda o caso

Iranilton da Silva Santos foi morto na tarde de segunda-feira (15), em uma rua do setor Lago Azul IV.

De acordo com o relatório policial, quando os policiais militares chegaram ao local, a esposa e o filho de Iranilton estavam com a equipe do Samu. A Prefeitura de Araguaína informou que os profissionais foram chamados por volta das 11h30 para atender um paciente psiquiátrico em possível surto psicótico.

Vizinhos filmaram a ação, mostrando Iranilton batendo em um poste com um facão. Em seguida, seis policiais se aproximam dele. O homem então avança em direção a um dos policiais, momento em que os disparos de arma de fogo são feitos.

Familiares disseram que Iranilton estava com um facão e teria danificado um padrão de energia e quebrado móveis de casa. Testemunhas informaram aos policiais que no domingo (14), Iranilton dizia que “queria ‘beber sangue’, treinar os cachorros do vizinho para ‘comer gente’ e cortar o pescoço de um parente”.

Após ser baleado, o Samu confirmou a morte de Iranilton. O caso foi registrado na 5ª Central de Atendimento da Polícia Civil e será investigado pela 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa de Araguaína.