PM acusado de matar jovem médico a tiros em Imperatriz é transferido para presídio militar em São Luís, no Maranhão

Soldado Adonias Sadda foi indiciado pelo assassinato do médico Bruno Calaça, em julho deste ano. Jovem fez medicina em Porto Nacional e se formou dez dias antes de ser morto.

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Indiciado pelo assassinato do médico Bruno Calaça, o soldado da Polícia Militar, Adonias Sadda, foi transferido para um presídio militar dentro do Comando Geral da PM, em São Luís. O policial estava preso no quartel do 3º Batalhão da Polícia Militar, em Imperatriz, no sudoeste do Maranhão.

Adonias foi indiciado pelo homicídio no último dia 26 de julho, dentro de uma boate também Imperatriz. Imagens de de câmera de segurança flagraram o momento em que ele atira a queima roupa contra o médico, durante uma discussão.

Além da morte de Bruno, Adonias Sadda responde a um processo onde é acusado de atropelar e matar Hiego Santos, de quatro anos, em Imperatriz. O caso aconteceu há seis anos e continua em tramitação na justiça.

O soldado Adonias Sadda também responde por processos internos de investigação da PM do Maranhão. Há cinco anos, ele foi absolvido de um caso de abuso de autoridade, após ter sido acusado de dar um soco em uma advogada durante uma abordagem policial.

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Bruno Calaça – Foto: Divulgação

Segundo a denúncia, o soldado deu um forte soco na vítima que era passageira de um veículo que estaria fazendo manobras perigosas. Na época, a vítima que não quis se identificar afirmou que se apresentou à polícia e que o PM foi truculento e, após questionar a apreensão do veículo, foi agredida.

“Ele foi muito grosso, muito ignorante. Eu falei ‘você vai me agredir’, quando eu cheguei perto dele falando isso, ele me agrediu. Ele me deu um soco no lado esquerdo do rosto, na mandíbula, e imediatamente eu comecei a chorar e fiquei nervosa”, disse a mulher.

Prisões

Além de Adonias Sadda, também responde pela morte de Bruno Calaça, o bacharel em Direito, Ricardo Barbalho. Nas imagens que registraram a ação, ele aparece junto com o PM e uma terceira pessoa, o empresário Waldex Cardoso, conversando antes dos três partirem para cima de Bruno.

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Waldex, Ricardo Barbalho e Adonias – Foto: Divulgação
Investigações

Em dois depoimentos à polícia, Adonias Sadda afirmou que o tiro disparado contra o médico foi acidental. Entretanto, o laudo do exame do corpo de delito feito no soldado desmentiu a versão apresentada pelo PM.

O exame foi realizado no dia 30 de julho, logo após o soldado ter prestado um novo depoimento. Adonias disse ter sido atingido por um chute de Bruno Calaça, antes do disparo.

De acordo com a Polícia Civil do Maranhão, o laudo mostra que não há compatibilidade entre a lesão apresentada pela PM e o relato prestado por ele. Segundo a Delegacia de Homicídios, a versão foi confrontada com trechos do depoimento e cenas da câmera de segurança que registrou o crime.

Família pede justiça

Willian Calaça, irmão de Bruno, prestou depoimento na audiência de sindicância que investiga o caso. Ele estava do lado do irmão quando ele foi morto e espera por justiça.

“É uma situação muito complicada, eu nunca esperei ter que passar por isso na minha vida, perder meu irmão do jeito que aconteceu. Como é que a pessoa chega para se justificar, já com a arma na mão? Será se ela não estava com a intenção de fazer algo?”, disse Willian.

Mãe recebe diploma

O médico Bruno Calaça Barbosa tinha 24 anos e se formou em uma universidade particular de Porto nacional, dez dias antes de ser morto. A mãe da vítima, Arielle Calaça, recebeu o diploma do filho na semana passada. A cerimônia foi marcada por muita dor e emoção.

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Foto: Reprodução

“A gente fica mais confiante na justiça e que vai haver justiça. Mas, mesmo tendo justiça, meu filho não vai estar de volta. Porque eles mataram meu filho por um motivo fútil, não tinha necessidade de matar meu filho, não tinha necessidade de nada daquilo. Um policial daquele não tinha condições de trabalhar na corporação da polícia”, desabafou a mãe.

*Com informações do G1