PGR denuncia Mauro Carlesse e deputada Valderez por peculato em investigação sobre funcionários fantasmas

Denúncia é o resultado da Operação Assombro, deflagrada pela PF em 2020. A apuração é continuação da Operação Catarse, da Polícia Civil do Tocantins.

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Durante a sessão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que levou ao afastamento de Mauro Carlesse (STJ) por unanimidade por suspeita de corrupção e obstrução de justiça, um dos ministros, Paulo de Tarso Sanseverino, disse que havia outro processo, também envolvendo Carlesse, no gabinete dele. A denúncia desse caso envolve funcionários fantasmas e supostos crimes eleitorais.

O processo se refere à Operação Assombro, deflagrada pela Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República no dia 10 de março de 2020. Foi quando a PF entrou pela primeira vez no apartamento do agora governador afastado para cumprir busca e apreensão.

Os mandados se estenderam ao Palácio Araguaia e outras secretarias. A investigação era uma sequência da Operação Catarse da Polícia Civil que descobriu um suposto esquema de funcionários fantasmas que teriam sido contratados para receber do estado e trabalhar nas eleições.

A PF concluiu essas investigações e confirmou que o suposto esquema era composto por três núcleos: político, administrativo e de empregados. Além do governador, estariam envolvidos um ex-secretário de estado e uma deputada estadual.

De acordo com o documento, de 208 páginas, Carlesse dividiria o comando coletivo da organização criminosa com a aliada política, a deputada Valderez Castelo Branco (PP) e atuaram juntos nas campanhas eleitorais do ano de 2018, tanto na suplementar, como nas eleições gerais, em outubro.

Segundo a denúncia , os dois teriam forjado contratos temporários, simulando a contratação de funcionários públicos, que na verdade seriam cabos eleitorais. O papel de Carlesse enquanto chefe do poder executivo era tomar a decisão de fazer esse tipo de ato para conseguir votos e vencer as eleições.

No caso de Valderez Castelo Branco, o papel, além da articulação política, consistia na promessa de vantagens, dos funcionários a contratados pelo governo estadual, mas que trabalhariam como “cabos eleitorais”. A deputada fazia a indicação dos nomes ao governador. Juntos, os dois, de acordo com a PGR, desviaram o dinheiro que seria correspondente ao salário de funcionários públicos, pagando empregados da campanha eleitoral.

A deputada Valderez Castelo Branco nega que tenha praticado qualquer crime. “Não dou emprego, não fiscalizo, simplesmente foi uma denúncia e eu fui ouvida. Não procede”.

A PGR pediu a condenação dos acusados, por peculato e organização criminosa. Em nota, a defesa do governador disse que ele ainda não foi notificado pela Justiça para se defender e que as respostas serão dadas no processo.

*Por G1