A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (16), a quarta fase da operação “Passe Livre” em quatro estados: Pará, Piauí, São Paulo e Tocantins. A ação visa desmantelar um esquema de fraude em vestibulares para o curso de medicina em faculdades particulares.
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De acordo com a PF, o grupo criminoso cobrava R$ 2 mil para resolver as provas em nome dos candidatos. A operação é um desdobramento das fases anteriores, iniciadas em fevereiro, que já haviam identificado fraudes no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) em 2022 e 2023.
Nesta etapa, foram emitidos 27 mandados de busca para investigar o esquema em quatro estados. A polícia ainda não divulgou os itens apreendidos. Durante a operação, 63 pessoas foram identificadas como envolvidas em fraudes em vestibulares.
A princípio, não há indícios de participação das faculdades no esquema; elas estão sendo consideradas vítimas nesta fase das investigações.
Modo de operação do esquema
Segundo a PF, a fraude consistia em burlar os sistemas de segurança dos vestibulares online de diversas faculdades de medicina. Isso permitia que terceiros tivessem acesso às questões das provas ou, em alguns casos, realizassem as provas no lugar dos candidatos. Há registros de situações em que o grupo fraudou provas para até nove candidatos ao mesmo tempo, utilizando várias pessoas associadas para resolver as questões.
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A investigação encontrou comprovantes de transferências bancárias que indicam o pagamento pelas resoluções fraudulentas. Os valores eram divididos entre os responsáveis por responder ilicitamente às questões.
Até o momento, foram identificadas mais 30 pessoas envolvidas no esquema, seja realizando as provas ou fornecendo as respostas.
A operação chamou atenção pelo nível de sofisticação utilizado para burlar os sistemas de segurança dos vestibulares de medicina online. Em razão da repercussão nacional, na época, o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, autorizou a investigação pela Polícia Federal.
Os envolvidos podem ser acusados de crimes como estelionato, associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documentos falsos, além de outros delitos que possam ser descobertos durante as apurações.