PF faz operação contra tráfico internacional de drogas no Tocantins, DF e mais seis estados

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A Polícia Federal deflagrou na manhã dessa quinta-feira (21) a Operação Flak, considerada a maior ação de combate a logística de transporte de drogas feita no país.

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Segundo a PF, a operação visa desarticular financeiramente organização criminosa especializada no transporte aéreo de grandes quantidades de drogas, trazidas da Venezuela, Colômbia e Bolívia, para o Brasil, Estados Unidos e Europa.

Segundo a investigação, que teve início há dois anos, no período compreendido entre meados de 2017 e 2018, foram realizados no mínimo 23 voos transportando em média 400 quilos de cocaína cada, totalizando mais de nove toneladas.

Além de pilotos, a organização contava com mecânicos que adulteravam as aeronaves para aumentar a autonomia dos voos e ocultar o prefixo original dos aparelhos, para despistar as autoridades. O grupo usava Palmas e Porto Nacional, no Tocantins, como pontos de apoio.

João Soares Rocha, apontado como chefe da quadrilha, foi preso em Tucumã, no Pará. Além dele, outras 14 pessoas foram presas até o momento.

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Foto: Divulgação/PF

ainda de acordo com a PF, a rota do transporte de drogas passava pelos países produtores (Colômbia, Bolívia), países intermediários (Venezuela, Honduras, Suriname e Guatemala) e países destinatários (Brasil, Estados Unidos e União Europeia).

Ao todos, estão sendo cumpridos 54 mandados de prisão e 81 mandados de busca e apreensão, nos estados de Tocantins, Goiás, Paraná, Pará, Roraima, São Paulo, Ceará e no Distrito Federal. Todos expedidos pela 4ª Vara Federal de Palmas. Mais de 400 policiais federais dão cumprimento aos mandados.

Foram pedidos pela PF e deferidos pela Justiça Federal o bloqueio de contas bancárias de aproximadamente 100 pessoas e empresas envolvidas, a apreensão de 47 aeronaves, o sequestro de 13 fazendas com mais de 10 mil cabeças de gado bovino e a inclusão de seis pessoas no Sistema de Difusão Vermelha da Interpol.

A ação conta com o apoio da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Grupamento de Rádio Patrulha Aérea da Polícia Militar de Goiás (GRAER/PMGO).
As investigações também tiveram apoio da agência americana DEA (Drug Enforcement Administration) e da agência surinamesa CTIU (CounterTerrorism Intelligence Unit).

A PF informou que os investigados devem responder, na medida de suas participações, por tráfico transnacional de drogas, associação para o tráfico, financiamento ao tráfico, organização criminosa, lavagem de dinheiro e atentado contra a segurança do transporte aéreo.

Ainda de acordo com as investigações um dos envolvidos na organização criminosa era o piloto Cristiano Felipe Rocha Reis, que morreu em Goiânia após uma queda de avião no Pará. Ele era sobrinho do empresário João Soares Rocha.

Piloto

Outro citado como integrante da operação é Evandro Geraldo Rocha dos Reis, pai de Cristiano, e que morreu na queda do mesmo avião em que o filho estava.

As investigações apontam também que o esquema teria ligações com traficantes como Fernandinho Beira-Mar e também Leonardo Dias Mendonça, que estava preso em Aparecida de Goiânia, mas ganhou progressão para o regime semiaberto.

A Aeronave aprendida com 300 quilos de cocaína em julho do ano passado, em Formoso do Araguaia, também faria parte do esquema. A suspeita é que a droga tinha saído da fronteira da Bolívia com o Mato Grosso.

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Avião com drogas apreendido em Formoso do Araguaia

A operação foi batizada de Flak, termo que, de acordo com a PF, era usado durante a Segunda Guerra Mundial para identificar a artilharia antiaérea alemã.

Como funcionava o esquema

Segundo as investigações da Polícia Federal apontam que o grupo agia dividido em quatro núcleos. O primeiro era comandado por João Soares Rocha e tinha a função de gerenciar as operações de transporte e de distribuição de cocaína.

Eles eram responsáveis pela comunicação com produtores e varejistas do tráfico, organização do transporte aéreo, recrutamento de pilotos e mecânicos para tarefas operacionais, definição das estratégias de fuga, seleção das pistas de pouso e pontos de apoio, além de outras funções gerenciais.

O segundo núcleo era composto de pilotos e ajudantes que prestam serviços regulares ao núcleo empresarial. Eles eram responsáveis pela condução das aeronaves adulteradas com drogas e dinheiro, além da elaboração de planos de voos irregulares, mapeando rotas para escapar do controle aeronáutico.

Ainda segundo as investigações, os mecânicos que adulteravam a estrutura dos aviões para prolongar a autonomia do voo integravam o terceiro núcleo. Eles também faziam manutenção das aeronaves e adulteravam os prefixos.

Os produtores ou compradores de cocaína, que contratam os serviços do núcleo logístico para o transporte e a distribuição da droga, são apontados pela PF como quarto núcleo.

Foto: Divulgação/PF

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