PF e Forças Armadas fazem operação contra mineração ilegal no Pará que ameaça fornecimento de energia no Brasil

Segundo a PF, a atividade mineradora ilegal ameaça o Linhão que liga a UHE de Belo Monte aos centros de distribuição e consumo do país. Estrutura de linhas de alta tensão passa pelo Pará, Tocantins, Goiás e chega em Minas Gerais.

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Uma operação foi deflagrada pela Polícia Federal, com apoio do Exército e da Marinha, com objetivo de investigar uma área de mineração ilegal em Marabá, no Pará, que ameaça o Linhão de Corrente Contínua. Trata-se de uma estrutura de linhas de alta tensão que ligam a Usina Hidrelétrica de Belo Monte aos centros de distribuição e consumo de todo o Brasil. Segundo as investigações, essa atividade clandestina poderia danificar a as torres e causar um prejuízo incalculável para todo o país.

O Linhão de Corrente Contínua passa pelo Pará, por Tocantins, por Goiás e chega em Minas Gerais. Na base de cada torre da linha de transmissão de energia, há uma área de servidão de 50 metros em cada direção, a partir do centro da estrutura. Isso serve para garantir a segurança e a estabilidades das torres.

Segundo a PF, a mineração ilegal no eixo centro-sul do Pará, tem avançado e colocado em risco essa área de segurança. A área investigada fica no território do município de Anapu, perto da cidade de Marabá. A ação deflagrada nesta terça-feira (21), foi batizada de operação Black Hawk.

A PF informou que caso extração ilegal avançasse, haveria graves impactos econômicos e humanos. “Poderia afetar o fornecimento de energia elétrica para milhões de brasileiros, sem mencionar o risco de falta de eletricidade nos hospitais que atendem a atual demanda da pandemia de covid-19”, ressaltou.

Foto: Divulgação/PF

Na operação foram cumpridos mandados de busca e apreensão, para inibir a atividade mineradora ilegal na região com o maior degradação nas áreas de segurança das torres. Na região onde ocorreu a operação, há cinco torres de transmissão de alta tensão.

Ainda segundo a Polícia Federal, operação também tem o objetivo de azer um diagnóstico da mineração ilegal na região; garantir a segurança da equipe de engenheiros da Belo Monte Transmissão de Energia (BMTE), que estavam presentes para averiguar o dano à linha de transmissão; e contribuir com a operação Verde Brasil II, que possui o foco no combate aos focos de incêndio, desmatamento e garimpo ilegal na região da Amazônia Legal, conduzida por militares das Forças Armadas.

A ação contou com o apoio de 18 policiais federais, 32 militares e 4 funcionários da BMTE; além de terem sido utilizados quatro viaturas veladas, duas viaturas ostensivas da Polícia Federal, quatro helicópteros (sendo 3 das forças armadas e 1 da BMTE) e três viaturas do Exército Brasileiro. O nome da operação (Black Hawk) faz referência ao nome do helicóptero popularmente utilizado pelas forças armadas em atividade bélicas.

Caso confirmada a hipótese criminal, os envolvidos serão responsabilizados pelos delitos do art. 55 da Lei 9.605/98, art. 2º da Lei 8.176/91 e art. 265 do CP, que somados podem chegar a mais de 10 anos de prisão.