Um menino indígena de 6 anos, morador da aldeia Macaúba, na Ilha do Bananal, foi ferido no braço por um ferro de marcar gado. O principal suspeito é um pecuarista que arrenda terras na região e, após denúncia, será obrigado a deixar o local.
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O incidente ocorreu em um retiro próximo à aldeia, localizada na divisa entre Tocantins e Mato Grosso. Conforme documento apresentado pela família à Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), o homem, não identificado publicamente, teria se irritado com a criança, agarrado seu braço e a marcado com o ferro, causando lesões graves e um trauma profundo. A família exige a imediata retirada do pecuarista da Ilha do Bananal e que ele seja investigado e responsabilizado pelo ataque.
Segundo o boletim de ocorrência, o menino brincava perto do local onde estavam sendo cuidados os animais, quando o pecuarista, irritado, teria queimado gravemente o braço direito do garoto. Assustada, a criança correu para junto da mãe.
O Ministério Público Federal (MPF) autoriza o arrendamento de terras indígenas, mas líderes do povo Karajá deram prazo de 30 dias para que o agressor saia da região. O caso, inicialmente registrado pela Polícia Civil do Mato Grosso, foi transferido para a 57ª Delegacia de Polícia de Pium, no Tocantins, que seguirá com as investigações. O Ministério Público e as Defensorias Públicas da União e do Tocantins também já acionaram a Justiça.
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A defensora pública Letícia Amorim, que acompanhou a família, relatou que o caso é alarmante e reflete um problema que impacta toda a comunidade. “A Ilha do Bananal é um território indígena e não há razão para pessoas não indígenas ocuparem esse espaço”, declarou.
A Funai, através de seu coordenador regional, Bolivar Xerente, também se posicionou, informando que todas as medidas legais foram encaminhadas. “Estamos fazendo de tudo para garantir que o agressor responda na Justiça,” disse ele.
O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) se manifestou pedindo providências ao Ministério Público Federal e à 6ª Câmara, destacando a necessidade de punição para o agressor. Em nota, o Ministério dos Povos Indígenas classificou o caso como inaceitável e lamentou o sofrimento imposto a uma criança indígena. A ministra Sônia Guajajara expressou solidariedade à família e reafirmou o compromisso no combate ao racismo contra povos indígenas.
A Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais (Sepot) também informou que está dando total apoio à família e acompanha de perto o caso.