Pastor evangélico é preso acusado de submeter crianças a trabalho escravo

As vítimas do esquema relatam uma rotina de humilhações e ameaças. Além do líder religioso também foram presos sua esposa, e o filho do casal, que também é pastor.

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Um pastor evangélico foi preso suspeito de integrar uma quadrilha que submetia crianças e adolescentes a trabalho análogo à escravidão. Investigações da Polícia Civil apontam que o apóstolo Gerdal Costa da Silva, da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus, ainda ameaçava os pais das crianças com uma arma para que eles não tentassem tirar os filhos do esquema. Ele foi capturado na última semana, na região de Maringá, no Paraná,

O caso veio à tona após a polícia descobrir um esquema de vendas de pizza nas igrejas da cidade, que envolvia crianças e adolescentes. Os jovens eram aliciados pelos pastores envolvidos e obrigados a vender os alimentos. Questionados, os adolescentes precisavam dizer que o dinheiro das vendas era direcionado para “crianças com câncer”.

Segundo a polícia, uma adolescente relatou que ela havia se sensibilizado com a história e se ofereceu como voluntária. No entanto, a jovem conta que passou a ser humilhada e forçada a carregar grandes quantidades de pizza. “Eu só conseguia carregar cinco pizzas, eles me fizeram carregar dez”, revelou a moça, acrescentando que os acusados diziam que ela era “fraca” e a humilhavam com trechos da bíblia para fazê-la se “sentir incapaz”.

Um bastão de beisebol chegou a ser apreendido pelos agentes. O objeto é alvo de questionamentos sobre possíveis agressões cometidas pelos suspeitos. As investigações apontam ainda que as ameaças eram constantes, inclusive contra os pais. O pastor é suspeito de usar uma arma para intimidar os parentes que tentavam tirar os jovens do esquema. A situação de um rapaz com deficiência intelectual que supostamente morava no subsolo da igreja também é investigada.

Além do apóstolo Gerdal, também foram presos sua esposa, a “bispa” Seuma Costa e o filho do casal, o também pastor Gerdal Costa Júnior.