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A mulher morreu em decorrência da Covid-19 em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Palmas enquanto aguardava um leito de UTI. Ela apresentava quadro grave da doença, com pneumonia, além de sofrer de diabetes e hipertensão e ficou quando dias internada na unidade.
O Ministério Público chegou a conseguir uma liminar determinando a transferência na noite desta terça-feira (11), mas a mulher morreu antes de conseguir um leito.
Ela já previa que não resistiria aos sintomas da Covid-19 se não fosse transferida imediatamente. Em um áudio enviado para a família, Edilma da Silva Goulart, de 49 anos, dizia que estava com medo de morrer. “Me deixaram”. Ela ficou quatro dias aguardando a liberação de uma vaga, que não surgiu a tempo.
“Levaram todo mundo e me deixaram. E eu tô passando muito mal. Chama um bocado de gente meu Deus, vê essa assistente social pra me mandar hoje. Eu vou morrer, Luana”, disse a paciente em um áudio.
A filha da paciente citada no áudio, Luana Goulart, conta ao G1 que percebeu que a mãe estava com a voz diferente. “Percebi ela bem ofegante, bem cansada”, disse.
O companheiro da filha informou que o quadro de saúde da mulher era o mais delicado e ela devia ter sido transferida rapidamente. “Ela ficou quatro dias lá. Sabiam que estava debilitada, tinha que ser uma das primeiras a sair de lá [UPA]. Minha mulher morreu à míngua. Mataram ela”, disse o pedreiro Carlos Goulart.
Edilma tinha formação de técnica de enfermagem. Antes de ficar internada a mulher procurou a Unidade de Pronto Atendimento duas vezes, mas foi medicada e orientada a ficar em casa. Na terceira vez, já no último sábado (8), ela deu entrada na unidade, mas saiu de lá sem vida.
A família acionou o Ministério Público e foi proposta uma ação e, em menos de duas horas, o juiz Gilson Coelho atendeu ao pedido. Ele disse na decisão que “a falta de vaga na UTI no hospital público, não pode impedir que o Estado do Tocantins viabilize o tratamento da idosa em um estabelecimento hospitalar privado” e reforçou a “necessidade da paciente ser imediatamente transferida para uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de hospital particular nesta capital”. Ele finalizou informando que “se isso não vier a ocorrer com devida urgência o risco de morte é muito presente”. Foi o que aconteceu. Quando o oficial de justiça chegou na UPA com a decisão já era tarde demais.
O corpo da vítima foi sepultado nesta quarta (12). Edilma deixou o marido e três filhas.
O que diz a Secretaria Estadual de Saúde
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) esclarece que com relação a paciente citada por este veículo, a Unidade Pronto Atendimento (UPA) em que a paciente estava, solicitou leito clínico de Covid-19 no domingo, 09. A regulação estadual regulou a paciente para um leito clínico no Hospital Regional de Miracema (HRM), porém a família da paciente não aceitou a transferência, alegando que iriam aguardar vaga em Palmas.
Informamos que na tarde da última segunda-feira, 10, foi disponibilizada vaga em leito clínico Covid-19 no Hospital Geral de Palmas (HGP), a regulação estadual informou a UPA a vaga disponível para a paciente. Porém a UPA na noite de segunda-feira, 10 antes da transferência da paciente para o leito clínico alterou a solicitação, de leito clínico para leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
A SES explica que na terça-feira, 11, a regulação disponibilizou leito de UTI e organizado toda a logística de transporte, mas devido complicações do seu quadro clínico a paciente não resistiu e veio a óbito antes que a transferência ocorresse.
*Com informações do G1