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A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (21), a Operação Código Reverso, com o objetivo de desarticular um esquema especializado em fraudes bancárias pela internet. As investigações abrangem os estados do Tocantins, São Paulo, Goiás e Pernambuco. A estimativa é de que, ao burlarem mecanismos de seguranças dos bancos, o grupo criminoso tenha causado, nos últimos nove meses, prejuízo de cerca de R$ 10 milhões.
Conforme a PF, o grupo é constituído de hackers suspeitos de ter conexões até com criminosos cibernéticos do Leste Europeu. Por meio de programas maliciosos, os hackers (pessoas que têm grande conhecimento de informática) acessavam remotamente os computadores das vítimas, com o propósito de fazer transações bancárias eletrônicas fraudulentas como pagamentos, transferências e compras via internet.
Mais de 100 policiais federais estão cumprindo 43 mandados judiciais expedidos pela 4ª Vara da Justiça Federal em Palmas, capital do Tocantins. Há sete mandados de prisão preventiva, um de prisão temporária, 11 de intimação e 24 de busca e apreensão. Além disso, foi determinada a indisponibilidade de bens móveis e imóveis de investigados, bem como o bloqueio de contas bancárias, inclusive de moedas virtuais como a bitcoin.
Em Palmas, foi preso William Marciel. Outro suspeito está foragido. Foram cumpridos ainda seis mandados de busca e apreensão e quatro de intimações. Em Silvanópolis, no sul do estado, foram um mandado de intimação e dois de busca e apreensão.
Em Porangatu, Goiás, foram cumpridos quatro mandados de intimação e quatro de busca e apreensão. E em Goiânia, foram três mandados de prisão preventiva, quatro de busca e apreensão e um de prisão temporária. Uma dos investigados em Goiânia também é considerado foragido.
Em São Paulo, foram dois mandado de prisão preventiva, seis de busca e apreensão e um de intimação. Já em Pernambuco, no município de Caruaru, foram cumpridos um mandado de intimação e outro de busca e apreensão. Além da cidade de Toritama, onde foi cumprido um mandado de busca e apreensão.
William foi capturado na casa dele, na quadra 507 Sul em Palmas. Segundo as investigações, ele teria movimentado mais de R$ 2,1 milhões numa conta bancária do Banco do Brasil, num período de seis meses. Em outra conta do Bradesco, foram movimentados R$ 5,2 milhões, em oito meses. O que chamou a atenção é que ele teria informado, em um cadastro bancário, que era vendedor e tinha uma renda de R$ 941.
| Foto Divulgação
A PF informou ainda, que os integrantes da organização têm “alto padrão de vida” e fazem uso de empresas de fachada “para movimentar e ocultar os valores obtidos por meio das atividades criminosas”. Entre os suspeitos de participação na fraude que estão sendo intimados a prestar esclarecimentos, há empresários que procuravam os criminosos “com a finalidade de obter vantagem competitiva no mercado e prejudicar a livre concorrência”.
De acordo com a PF, esses empresários teriam recebido descontos de cerca de 50% para quitar seus impostos, pagar contas e realizar compras por meio de pagamentos feitos pelos criminosos.
Além de responder pelos crimes de associação criminosa, falsificação de documento público e uso de documento falso, os integrantes do grupo serão acusados de lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem chegar a mais de 30 anos de prisão.