Operação mira membros de facção após cartas encomendar morte de juiz no Tocantins

Segundo a polícia, foi identificado que existem mais de 500 integrantes da facção em atuação pelo Tocantins. Cerca de 150 policiais participam da ação.

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Uma operação da Polícia Civil cumpre, nesta segunda-feira (3), mandados de prisão e de busca e apreensão em oito cidades do Tocantins e em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Chamada de Praetorium Minati, a ação tem como alvo membros de facção criminosa que teriam escrito cartas ameaçando juízes de Palmas.

Conforme a polícia, uma das cartas chega a mencionar que um adolescente seria ‘recrutado’ para assassinar um juiz da capital. Ao todo, 150 policiais cumprem 29 mandados de prisão e outros 29 de busca e apreensão 

No Tocantins, a operação acontece simultaneamente nas cidades de Palmas, Paraíso, Guaraí, Tocantinópolis, Colinas, Oliveira de Fátima, Arraias e Nova Rosalândia. Já em Campo Gandre (MS), um dos mandados de prisão está sendo cumprido no Presídio Masculino de Campo Grande. Até às 7h50, 25 pessoas já tinham sido presas.

Segundo o delegado Eduardo Menezes, responsável pela operação, todas as 29 pessoas com mandados de prisão preventiva estão interligadas e fazem parte de uma facção criminosa nacional que atual em todas as regiões do Tocantins. Ele disse ainda que no dia 18 de janeiro de 2018 uma carta escrita à mão foi encontrada no Pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Palmas.

“O conteúdo do texto ora profere citações bíblicas com teor distorcido, ora ressalta que o autor precisa sair da unidade prisional a fim de que faça, segundo suas palavras, uma ‘união’ entre as facções”, explica.

No texto também há uma ameaça a um juiz de Palmas. Na carta, o detento afirma que se continuasse preso o magistrado ‘queimaria no fogo do inferno’. Em outro bilhete apreendido havia uma encomenda de assassinato para o juiz com a intenção de que a morte dele traria respeito à organização criminosa.

“No ponto, destaco que o criminoso responsável pela confecção do bilhete deixa claro aos seus destinatários que um adolescente de outro estado seria recrutado para execução do ‘serviço’”, disse o delegado.

Eduardo Menezes diz ainda que o bilhete sobre o possível ataque ao juiz, foi detectado a partir do encontro de diversas anotações também em uma das celas do Pavilhão B da Casa de Prisão Provisória de Palmas.

Ainda de acordo com o delegado, os incentivadores  identificaram que existem mais de 500 integrantes da facção em atuação pelo Tocantins. “O grupo é tão organizado que chega a fazer teleconferências entre os integrantes. Em um dos diálogos identificados, os suspeitos falam em comercialização de drogas na Praia da Graciosa. E em outro, falam da comercialização de cocaína pura”, afirmou.

O nome da operação, derivada do Latim, Praetorium Minati faz alusão à ameaça ao judiciário, responsável pela condenação de suspeitos indiciados por tráfico de drogas, associação criminosa entre outros.

Participam da operação a Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado-DRACCO, Divisões Especializadas de Repressão a Narcóticos-DENARC, Divisões de Homicídio e Proteção à Pessoa-DHPP , Delegacias Circunscricionais, do Grupo de Operações Táticas Especiais-GOTE e do Centro Integrado de Operações Especiais-CIOPAER.