O influenciador e humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, foi preso pela Polícia Civil do RS neste domingo (14) na praia de Jurerê Internacional, em Florianópolis, Santa Catarina. Na última sexta-feira (12), ele foi alvo de uma operação do Ministério Público por suspeita de lavagem de dinheiro.
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Nego Di será transferido para Porto Alegre ainda no domingo, após a audiência de custódia. A defesa do humorista afirmou que está tomando “todas as medidas legais cabíveis”.
A prisão preventiva foi decretada devido a outra investigação, desta vez por estelionato, conduzida pela Polícia Civil desde 2022. Nego Di é suspeito de ter enganado pelo menos 370 pessoas com a venda de produtos por meio de sua loja virtual, “Tadizuera”, que nunca foram entregues. A investigação aponta que a movimentação financeira em contas bancárias ligadas a ele em 2022 ultrapassou R$ 5 milhões.
Seu sócio na empresa, Anderson Boneti, também teve a prisão preventiva decretada e foi preso na Paraíba em fevereiro de 2023, mas foi liberado alguns dias depois.
A loja “Tadizuera” operou entre março e julho de 2022, período em que a Justiça determinou seu fechamento. Nego Di promovia os produtos, como aparelhos de ar-condicionado e televisores, em suas redes sociais, vendendo-os a preços abaixo do mercado. Muitos seguidores compraram os produtos, mas nunca os receberam. A Polícia Civil alega que Nego Di sabia que não haveria entrega e que movimentou o dinheiro recebido para contas bancárias da empresa.
A Polícia Civil tentou intimar Nego Di várias vezes para prestar esclarecimentos, mas ele nunca foi encontrado. As autoridades estimam que o prejuízo dos clientes lesados ultrapasse R$ 330 mil, mas suspeitam que o número de vítimas e o montante real sejam maiores.
Antes da prisão, Nego Di se manifestou em sua conta no X (antigo Twitter), afirmando que estavam preparados para a operação.
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Nota da defesa de Nego Di
“Em relação aos recentes acontecimentos envolvendo o humorista Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, gostaríamos de esclarecer que estamos tomando todas as medidas legais cabíveis.
Destacamos a importância do princípio constitucional da presunção de inocência, que assegura a todo cidadão o direito de ser considerado inocente até prova em contrário. O devido processo legal deve ser rigorosamente observado, garantindo que o acusado tenha uma defesa plena e justa, sem qualquer tipo de pré-julgamento.
Pedimos à mídia e ao público que tenham cautela na divulgação de informações sobre o caso, uma vez que a ampla exposição de fatos ainda não comprovados pode causar danos irreparáveis à imagem e à carreira de Nego Di.
Qualquer divulgação precipitada pode resultar em uma condenação prévia injusta, prejudicando sua honra e dignidade.”
Promoção de rifas virtuais
A operação realizada na sexta-feira investiga a suspeita de irregularidades em sorteios virtuais promovidos por Nego Di. Ele oferecia prêmios como dinheiro via PIX, celulares, videogames e até carros, mas o Ministério Público suspeita que o esquema envolva lavagem de dinheiro.
Em uma das promoções, Nego Di anunciava prêmios como 30 mil reais no PIX, um iPhone 15 e um PlayStation 5 por apenas 15 centavos. Ele também ofereceu a chance de ganhar um Porsche por 0,99 centavos.
A suspeita surgiu em janeiro, quando ele promoveu o sorteio de um carro de luxo blindado, chamando a atenção do MP. Na sexta-feira, Nego Di e sua esposa, Gabriela Sousa, foram alvos da operação em Santa Catarina. Gabriela foi presa por porte de arma de uso restrito, mas foi liberada após pagar uma fiança de R$ 14 mil.
Os advogados do casal afirmaram que não tiveram acesso aos autos do inquérito. A investigação revelou que os depósitos dos sorteios de Nego Di eram direcionados para contas vinculadas à sua esposa, empresas do casal e parentes, com movimentações financeiras chegando a R$ 2,6 milhões.
Segundo o promotor de Justiça Flávio Duarte, o esquema caracteriza lavagem de dinheiro. Os valores das rifas eram inicialmente depositados na conta de terceiros e, posteriormente, transferidos para empresas do casal, dando uma aparência de legalidade aos fundos ilícitos.
Os investigadores descobriram que Nego Di usou parte dos recursos para adquirir dois carros avaliados em mais de R$ 630 mil. O MP investiga se esses veículos foram realmente sorteados e onde estão atualmente. O promotor indicou que não havia controle sobre as rifas e nem uma data definida para os sorteios.