Multinacional negocia compra de fábricas da Granol de Porto Nacional e Anápolis

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A estadunidense Cargill, uma das líderes globais em agronegócios e maior exportadora de soja brasileira, está negociando a aquisição de duas unidades de processamento do grão da Granol, que colocou ativos à venda diante de dificuldades financeiras. A empresa está em tratativas para comprar as fábricas da companhia paulista localizadas em Porto Nacional (TO) e Anápolis (GO). As empresas não confirmaram a informação.

A expectativa é que o negócio seja concluído até dezembro. Mas há chances de não se concretizar, já que há discordâncias sobre o valor dos ativos. A informação é de que a Granol pede cerca de US$ 400 milhões, valor considerado elevado no mercado.

A Granol se lançou no mercado para vender parte de seus ativos há mais de um ano. A processam soja a paulista sentiu o impacto das adversidades econômicas do país e do segmento, onde as margens estão cada vez mais apertadas. No final de 2017, o caixa líquido operacional da empresa estava negativo em R$ 37,1 milhões, ante os R$ 521,7 milhões positivos do fim de 2016. Em meio às dificuldades, a ociosidade de seu parque de processamento de soja subiu para 67,4% em 2017. Na produção de biodiesel, ficou em 53,56%.

Nesse contexto, a receita líquida operacional da companhia caiu de R$ 2,95 bilhões, em 2016, para R$ 1,79 bilhão em 2017. O prejuízo diminuiu, passando de R$ 219 milhões para R$ 48 milhões na comparação, graças a ações de desinvestimentos adotadas ao longo do exercício fiscal. E a Granol contratou uma empresa de fusões e aquisições para busca de parceiro estratégico ou outras alternativas.

A Granol já foi umas das principais produtoras de biodiesel do país, com três usinas em operação. Também atua na industrialização de oleaginosas, sobretudo soja, e tem entre seus principais produtos óleo bruto, óleo refinado, farelos, e lecitina de soja. Conforme o site da companhia, suas unidades estão localizadas em Tupã, Osvaldo Cruz e Bebedouro, no interior paulista, Cachoeira do Sul (RS), Anápolis (GO) e Porto Nacional (TO).

A logística ajuda a explicar o interesse da Cargill nas unidades de esmagamento da Granol em Goiás e no Tocantins. A fábrica de Porto Nacional opera um transbordo interligado à Ferrovia Norte Sul, o que permite reduzir os custos de movimentação de farelo para os portos do Norte, mais próximos dos mercados da Europa, América do Norte e do Canal do Panamá. Já a de Anápolis tem um terminal de carregamento direto da produção, instalado na mesma ferrovia, e um terminal de carregamento interligado à Ferrovia Centro Atlântica, rota de escoamento do farelo até a unidade portuária da Granol em Vitória. (Com informações do Valor)

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