Mulher portadora de necessidades especiais é espancada por uma advogada em lava jato de Porto Nacional

A confusão seria por ciúmes, a advogada achou que a vítima estava com o marido dela, que também estava com carro para lavar no estabelecimento. Ana Cláudia conta que nunca tinha visto a agressora e nem o esposo dela.

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A servidora Pública Federal Ana Cláudia Rodrigues, que é portadora de necessidades especiais, passou por momentos de terror após deixar o seu carro em um lava jato de Porto Nacional. O caso foi registrado na tarde de sexta-feira (10). Ela conta que aguardava a lavagem do veículo no bar que fica no estabelecimento, quando uma mulher chegou no local e começou a agredi-la. A confusão teria sido motivada por ciúmes.

A vítima conta que nunca tinha visto a agressora. “Ela chegou me agredindo, primeiro pegou na minha nuca e me deu dois socos na cara, que me fez cair no chão. Quando me dei conta de que estava sendo agredida, tentei me proteger com os braços, que tiveram bastantes escoriações”, relata.

Segundo Ana Cláudia, o motivo da agressão seria por ciúmes do marido da mulher que também aguardava a lavagem do carro dele no estabelecimento. “Eu também nunca tinha visto aquele homem, ele chegou e apenas me disse oi e mal olhei para a cara dele”, conta.

A vítima contou ainda que o marido da agressora ficou apenas assistindo as agressões. Ela disse também que o homem, que é médico, apresentava sinais de embriaguez.

A vítima disse também a agressora, que é advogada, só parou de agredi-la após ser contida pela dona do bar e por um funcionário do estabelecimento.

A dona do bar relatou que a advogada chegou pelas costas vítima, já xingando e a agredindo. “Ela batia na cara da Ana Cláudia, que mesmo caindo da cadeira, continuou desferindo chutes e ainda arranhou as costas e o pescoço dela”, ressalta. A proprietária disse ainda que alertou que a agressora que a vítima era portadora de necessidades especiais.

Eu avisei a ela, que a Ana Cláudia era deficiente e também uma cliente, mas ela apenas disse: ‘por que ela não tem uma placa’, como se a Ana Cláudia precisasse andar com uma placa para informar que era deficiente.

Disse a proprietária.
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Ana Cláudia – Foto: Divulgação

Após cessar as agressões, a mulher fugiu do local, mas o marido dela ficou. A dona do bar disse que acionou a Polícia Militar e que quando os policiais chegaram o médico tentou enganá-los passado o nome diferente do da esposa. Nos entanto, uma testemunha fotografou a placa do carro da agressora a qual já foi identificada.

A Polícia Civil confirmou que a vítima compareceu à sede da Delegacia e decidiu representar criminalmente contra a suposta agressora. Disse ainda que foram requisitados laudos periciais, sendo que vítima e testemunhas foram ouvidas sobre o caso. As investigações estão a cargo da 8ª Delegacia Especializada e Atendimento à Mulher e Vulneráveis (DEAMV).

Foi confeccionado um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e a suposta agressora será ouvida por meio de carta precatória, uma vez que reside em Palmas. Ainda segundo a polícia, as investigações continuam para elucidar toda a dinâmica dos fatos.

Sequelas

Para Ana Paula a situação foi bastante traumática. “Antes eu sair sozinha de casa, tinha todo liberdade, hoje tenho medo, tenho crises de pânicos. Eu fui espancada quando esperar meu carro lavar em um lava jato, hoje já não sinto mais liberdade de sair sozinha”.

A vítima disse também que já procurou advogado particular e que vai com processo por danos morais contra a agressora.