>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.
Sofrendo com dores no estômago, Aurilene Lima da Silva, de 41 anos, buscou atendimento médico na Unidade de Pronto Atendimento da região sul de Palmas (UPA Sul) na madrugada de domingo (7). Ela voltou para casa e mais tarde, retornou à unidade com as mesmas queixas. Mas depois do quadro de saúde se complicar e de três tentativas de transferência para o Hospital Geral de Palmas (HGP), ela não resistiu e foi a óbito.
Quem acompanhou todo o sofrimento de Aurilene foi o marido, o montador Isaías Rodrigues, de 37 anos. Ele relatou o que aconteceu desde o primeiro atendimento, a dificuldade em conseguir a transferência e, ao final, como recebeu a notícia da morte da esposa.
Isaías contou que na madrugada de domingo, a mulher estava com dores no estômago e eles foram para a UPA Sul.
“No sábado ela começou a sentir essas dores. Por volta de 1h40 da madrugada [domingo] ela acordou reclamando dessa dor. À 1h46 nós fomos direto para a UPA e chegando lá fizemos a triagem, mediu a pressão e estava ok, também estava sem febre. Passou uma medicação e aplicou na veia e foi liberada para casa porque ela se sentiu melhor”, disse.
O casal, que morava em Taquaralto, voltou para casa e Aurilene passou o domingo bem e chegou a se alimentar um pouco. Por volta das 18h40, as dores voltaram e novamente buscaram atendimento na UPA Sul.
“Antes de chegar na UPA ela já estava sentindo febre. Chegando lá ela estava queimando em febre. Fez a triagem novamente e levaram ela para uma sala para aplicar a medicação para dor de novo. Não demorou muito tempo tornou a voltar as dores. Fui atrás da enfermeira para ela me ajudar”, relatou.
Isaías relembrou que a mulher ficou tão mal que começou a vomitar sangue e deram mais medicação para ela, que conseguiu dormir durante a noite. Entretanto, na manhã de segunda-feira (8) as dores continuaram e havia sangramento quando ela tossia.
“Retiraram ela dessa sala e levaram para uma sala de emergência, sala vermelha, e não me deixaram mais ver ela. Isso estava amanhecendo o dia, umas 6h. Eles intubaram ela e por volta de 11h40 e vieram com a notícia que ela veio a óbito. Nesse momento eu já tinha entrado em desespero”, lamentou.
Ele contou também que a unidade municipal fez três pedidos de transferência para o HGP e todos foram negados. A explicação recebida foi de que Aurilene teve dengue hemorrágica. “Mas isso só depois que ela foi a óbito. Da transferência, eles disseram que foi o HGP que negou o pedido deles, que não tinha vaga”.
Isaías disse que percebeu que a UPA não tem estrutura para intubar uma pessoa e que chegou a pedir para fazer exame de ultrassom, mas que não foi atendido porque não tinha o aparelho. “Ela faleceu muito rápido depois que ela foi lá para a sala. Tem que melhorar, ali não pode estar acontecendo isso”, reclamou.
Bastante abalado, Isaías contou que a mulher não tinha nenhum problema de saúde aparente e que era sua companheira nas viagens a trabalho. Ela deixou três filhas que eram fruto de um casamento anterior.
Por G1