Mortes de cidadãos e PM ocorrido em Gurupi serão investigados pelo MPE

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O Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial (Gecep) e a 4ª Promotoria de Justiça de Gurupi, instaurou nesta sexta-feira (26), procedimento com a finalidade de investigar a morte de dois civis e um policial militar ocorrido na cidade entre a noite segunda-feira (22) e a madrugada de terça-feira (23).

Conforme o Ministério Público Estadual (MPE), na tarde desta sexta-feira, o promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior, integrante do Gecep, esteve reunido com o Comandante-Geral da Polícia Militar, Coronel Jaizon Veras Barbosa, e com o Corregedor-Geral da PM, Coronel Marizon Mendes Marques, para tratar acerca do assunto, ocasião em que se colocaram à disposição do Ministério Público e informaram a existência de acompanhamento por parte do órgão correicional da Polícia Militar.

Na próxima semana, o Gecep deverá conversar com familiares das vítimas e com as Autoridades da Polícia Civil responsáveis pela investigação. “Os promotores do Grupo Especial de Controle Externo da Atividade Policial atuarão em conjunto com a Promotora de Gurupi na investigação de todos os fatos, de forma técnica e transparente, a fim de assegurar o interesse público”, explicou Brandes.

Entenda o caso

Na madrugada de terça-feira (32), o confronto entre policiais resultou na morte do sargento da PM Gustavo Teles. Na mesma, foram registrados outros dois homicídios na cidade. Um deles ocorreu na avenida Brasília com a rua 7. A vítima foi identificada como Neuralice Pereira de Matos, de 22 anos. O outro foi na avenida Alagoas, no centro da cidade, onde Nataniel Gloria de Medeiros, de 28 anos, também foi morto a tiros.

Conforme a Polícia Civil, os crimes teriam sido praticados de forma semelhante, com dois homens em uma motocicleta que atiraram contra as vítimas.

Outros dois jovens foram atingidos por tiros de forma semelhante. Eles estavam em uma calçada junto com outras pessoas, quando atiradores passaram de moto e dispararam. Os feridos foram levados para o Hospital Regional da cidade.

Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra o momento da abordagem da Polícia Civil que terminou com a morte do sargento da PM Gustavo Teles. O caso aconteceu na madrugada de terça-feira (23) em Gurupi, no sul do estado. Os dois militares estavam em uma motocicleta sendo perseguidos por uma viatura da Civil. Eles são suspeitos de cometerem dois assassinatos, ocorridos na mesma noite.

Pelas imagens é possível ver a motocicleta surgindo e passado por cima de um morro de terra perto do meio-fio. Os policiais militares se desequilibram e rolam no asfalto. Em seguida, o ocupante que estava na garupa da moto se levanta, leva a mão a cintura, dá alguns passos e novamente cai. Este seria o sargento Gustavo Teles, que foi baleado e morreu no local.

As imagens mostram que o sargento Teles estava de costa quando supostamente foi baleado. O tiro teria partido da viatura ainda em movimento.

Ao mesmo tempo, o outro ocupante da moto se levanta, pega alguma coisa no chão e logo depois levanta as mãos para o alto. Ele coloca um objeto no chão e novamente levanta os braços. Este seria o sargento Edson Vieira, que sobreviveu a abordagem e está internado em um hospital após ter um ferimento no pé durante a queda.

Confissão

Um áudio gravado pela Polícia Civil, o sargento Edson Vieira, em depoimento, confessou que participou de um dos homicídios registrados durante a noite de segunda-feira (22) em Gurupi. O policial militar foi detido durante uma abordagem de agentes da Polícia Civil. Ele confirma que quem atirou e matou duas pessoas naquela noite foi o outro sargento que estava com ele, Gustavo Teles.

Os exames de balística confirmaram que os tiros que mataram as duas vítimas, Neuralice Pereira de Matos e Nataniel Gloria de Medeiros, partiram de uma das armas apreendidas com os militares. O revólver também foi ligado à tentativa de homicídio.

Polêmica

Um vídeo gravado durante o velório do sargento Gustavo Teles mostra um outro policial da mesma companhia afirmando que “os combatentes vão continuar a guerra que o sargento começou”. O caso gerou grande atrito entre membros das polícias Civil e Militar do estado.

Delegados de Polícia Civil interpretaram a fala como uma ameaça. Após a divulgação do vídeo, o delegado que fez o primeiro atendimento do caso resolveu deixar o estado.

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