A concessão de licenças para desmatamento emitidas pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins) virou alvo de investigação por parte do O Ministério Público do Tocantins (MPTO). O procedimento investigativo, instaurado nessa segunda-feira (5), objetiva verificar se as autorizações foram precedidas da análise de regularidade ambiental das respectivas propriedades rurais.
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A iniciativa do Ministério Público ocorre a impressa noticias a publicação de 557 autorizações para exploração florestal em uma única edição do Diário Oficial do Estado, no último dia 2. O fato chamou atenção por acontecer horas depois que o governador Mauro Carlesse (DEM) assinar “Carta Palmas” – um compromisso pela preservação ambiental – durante Fórum dos Governadores da Amazônia Legal realizado na capital.
Conforme o MPTO, portaria de instauração do procedimento investigativo relaciona a quantidade elevada de licenças para desmatamento ao fato de que o Naturatins tem reconhecido sua própria omissão em analisar as informações sobre as áreas ambientalmente protegidas localizadas nas propriedades rurais do estado.
“Em procedimentos instaurados e ações judiciais propostas pelo Ministério Público, o Naturatins tem apresentado a justificativa de que não dispõe de condições de pessoal e administrativa para a análise desses dados ambientais”, informou o órgão.
O Ministério Público informou ainda que as informações sobre as áreas protegidas dos imóveis rurais do Estado encontram-se nos Cadastros Ambientais Rurais (CARs). Aproximadamente 70 mil CARs foram lançados via sistema informatizado nos últimos anos, sendo que nem 10% desse total chegou a ser analisado pelo órgão estadual de defesa do meio ambiente. Nessa análise, segundo o órgão, podem ser verificados os possíveis desmatamentos ilícitos.
O Ministério Público também considera que existem indícios de que inúmeras licenças e autorizações para atividades agroindustriais, principalmente desmatamentos e captações de água, foram emitidas anteriormente pelo Naturatins sem a análise do Cadastro Ambiental Rural.
O procedimento de investigação foi instaurado pelo promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior, titular da Promotoria de Justiça Regional Ambiental da Bacia do Alto e Médio Araguaia.