A Polícia Civil do Tocantins realizou uma operação, nesta quinta-feira (12), para cumprir cinco mandados de busca e apreensão relacionados à tentativa de homicídio contra o fisioterapeuta Huxley Luiz Majadas de Lima, ocorrido em 2020. Entre os alvos estão uma médica, ex-esposa da vítima, e três policiais militares.
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A operação, conduzida pela Delegacia de Homicídios, foi autorizada pelo juiz Cledson Nunes, da 1ª Vara Criminal de Palmas, com parecer favorável do Ministério Público. As buscas ocorreram nas residências da médica, do pai dela e dos policiais militares investigados.
De acordo com a Polícia Civil, a médica Melissa Isabelle Alves de Lima, de 44 anos, teria contratado os policiais para prestar segurança particular e executar o ex-marido, com quem enfrentava um divórcio litigioso. O crime ocorreu no dia 16 de abril de 2020, no Jardim Aureny III, em Palmas, durante o intervalo de trabalho da vítima.
O crime e as investigações
Huxley foi baleado seis vezes ao sair do trabalho com uma colega para comprar sorvete. Ele conseguiu retornar ao local para pedir ajuda e foi internado em estado grave, mas sobreviveu após duas semanas no hospital. Por medidas de segurança, posteriormente se mudou para outro estado.
Testemunhas relataram que os disparos foram efetuados por dois homens em um carro modelo Gol branco, que havia sido visto rondando a região antes do crime. O veículo, foi identificado em imagens de câmeras de segurança.
O carro seria de propriedade seria de propriedade do policial militar Ary Neres de Morais, Além dele também são citados no inquérito os PMs Jack Andreson Almeida Leite, de 40 anos, e Danillo Carvalho Solino de França, de 30 anos. O pai de Melissa, Sebastião Alves de Lima Filho, de 78 anos, também é estava ente os alvos da operação.
As gravações mostraram o carro em alta velocidade, com um amassado no paralama dianteiro e utilizando uma placa vermelha possivelmente falsa. As investigações apontaram que o carro circulou por vias importantes de Palmas antes de seguir para o Batalhão de Choque, onde Ary era lotado.
Apesar de um mandado de busca expedido em 2020, o veículo não foi encontrado, e o policial alegou que o havia desmontado e vendido em partes. Informações do sistema Córtex, do Ministério da Justiça, indicam que o carro ainda circulava em São Paulo em 2022, reforçando suspeitas de tentativa de ocultação de provas.
Relacionamento conturbado
Segundo a Polícia Civil, Melissa e Huxley se divorciaram em 2019, após um relacionamento turbulento. A médica teria perseguido o ex-marido e registrado mais de 10 denúncias falsas contra ele. Ainda de acordo com a polícia, havia medidas judiciais que impediam a aproximação entre os dois.
A Polícia Militar Informou que está colaborando com as investigações e abrirá procedimentos administrativos para apurar os fatos. Reiterou compromisso com a legalidade e a ética.
Já a Secretaria de Estado da Saúde declarou que a médica, servidora efetiva da pasta, segue trabalhando no Hospital Geral de Palmas (HGP) e que não foi notificada oficialmente sobre o caso.
Os advogados dos investigados afirmaram que ainda não tiveram acesso ao teor completo do inquérito, que corre sob sigilo judicial, mas estão trabalhando para esclarecer os fatos.
Próximos passos
A Secretaria de Segurança Pública informou que o material apreendido será analisado e anexado ao inquérito, que está em fase de conclusão. Os suspeitos poderão ser indiciados em breve.