Lula sanciona lei que derruba a volta do DPVAT em 2025

Extinto em 2019, seguro obrigatório seria retomado no ano que vem. Nova lei, suspendendo esse retorno, foi aprovada em meio ao pacote de corte de gastos do governo federal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou nesta terça-feira (31) a lei que revoga o retorno do seguro obrigatório para veículos, o antigo DPVAT. Com isso, a cobrança do seguro não será retomada em 2025.

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O DPVAT foi extinto em 2019 durante o governo do então presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2024, o Congresso Nacional aprovou a recriação do seguro obrigatório, rebatizado como “SPVAT”, em uma proposta apoiada pela equipe econômica do governo Lula.

O objetivo inicial era arrecadar recursos para financiar os custos dos acidentes de trânsito no Sistema Único de Saúde (SUS), na Previdência Social e em outros sistemas públicos.

No entanto, a medida enfrentou resistência dos governadores, que indicaram que não implementariam a cobrança em seus estados e no Distrito Federal. Diante disso, o governo federal recuou, e o presidente sancionou a revogação da volta do seguro.

Até sua extinção em 2019, o DPVAT era cobrado anualmente. Em 2018, os valores variavam de R$ 16,21 para carros de passeio, táxis e locadoras, até R$ 84,58 para motocicletas.

Nesse último ano de vigência plena, o seguro arrecadou R$ 4,6 bilhões, que foram destinados a financiar o SUS, programas de educação no trânsito e indenizações do próprio seguro obrigatório.

Inserção no pacote fiscal

A revogação do SPVAT foi incluída em um projeto mais amplo, parte do pacote fiscal aprovado pelo Congresso e sancionado por Lula.

A proposta, além de cancelar o retorno do seguro, introduziu medidas para conter despesas públicas em caso de desequilíbrios fiscais, incluindo:

  • Gatilhos de contenção de gastos: Redução no crescimento de benefícios fiscais e despesas com pessoal.
  • Congelamento de emendas: Permite o bloqueio de até 15% das emendas parlamentares não impositivas (aquelas que o governo não é obrigado a pagar).
  • Uso de fundos para abater a dívida pública: Abre caminho para o governo utilizar saldos de fundos nacionais para equilibrar as contas.

Projeções de economia

O pacote fiscal, do qual a revogação do SPVAT faz parte, prevê uma economia de R$ 375 bilhões até 2030, segundo projeções do Ministério da Fazenda. Essa medida foi apresentada como um passo essencial para cumprir o novo arcabouço fiscal e estabilizar as contas públicas.