>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.
O episódio em que as estudantes de Palmas tiveram seus nomes e imagem atingidos com a divulgação de listas por meio de aplicativo de mensagens recebe solidarização do Coletivo de Mulheres Defensoras Públicas do Estado do Tocantins. Por meio de nota, o coletivo qualifica a lista, de autoria ainda não identificada, como forma de macular a imagem das estudantes e as expõem em um episódio que, “demonstra a importância das discussões sobres as questões de gênero no ambiente estudantil”.
Conforme a nota emitida no domingo (22), o ato vitimiza as alunas no ambiente escolar, o qual deveria consistir em espaço de convivência harmônica e respeito a todos, com vistas a proporcionar um ambiente seguro para o exercício do direito universal à educação.
“A referida situação denota que, infelizmente, os muros das instituições de ensino não são impermeáveis à violência contra mulher, que, nesse caso, vai além dos tipos mais evidentes (agressões físicas e sexuais), mas compreende práticas igualmente perniciosas e violadoras, (…)”, consta em trecho da nota.
Veja a nota na íntegra:
NOTA DE SOLIDARIEDADE
O Coletivo de Mulheres Defensoras Públicas do Estado do Tocantins, reafirmando sua missão de promoção dos direitos humanos e da defesa intransigente da igualdade de gênero, na contramão da cultura do patriarcado e da perpetuação de práticas machistas e misóginas, vem a público emitir nota de solidariedade para com as estudantes do Instituto Federal do Tocantins – IFTO/Campus Palmas e do Colégio Militar de Palmas – TO que foram covardemente expostas com a circulação, por meio das redes sociais, de listas nominadas como “as 30 mais putas do IFTO” e “as rodadas do 1º ano”.
Vemos com preocupação e pesar a reprodução de estereótipos machistas e misóginos no seio de instituições de ensino, a vitimizar alunas no ambiente escolar, o qual deveria consistir em espaço de convivência harmônica e respeito a todos, com vistas a proporcionar um ambiente seguro para o exercício do direito universal à educação.
A referida situação denota que, infelizmente, os muros das instituições de ensino não são impermeáveis à violência contra mulher, que, nesse caso, vai além dos tipos mais evidentes (agressões físicas e sexuais), mas compreende práticas igualmente perniciosas e violadoras, quais sejam, a agressão moral e psicológica, notadamente quando mascaradas por supostas “piadas” ou “brincadeiras”.
Esse episódio lamentável demonstra a importância das discussões sobres as questões de gênero no ambiente estudantil.
Na oportunidade, refutamos a imposição de um padrão de comportamento para as mulheres e meninas e afirmamos que nossos corpos não estão à disposição.
Repudiamos a reprodução de “listas” construídas para humilhar e tratar as mulheres como objeto e mercadoria, bem como o fato de que as mulheres que protestam contra o machismo são vítimas de mais machismo.
Acreditamos que o papel das Instituições de ensino nessa seara é de não reproduzir os valores opressores da sociedade, e, sobretudo, de combatê-los.
Estamos em luta para reafirmar que somos mulheres livres e que nada justifica a violência contra a mulher, qualquer que seja o espaço em que se verifique sua reprodução, tais como espaços públicos, no ambiente escolar, de trabalho ou doméstico.
Foto: Divulgação