Justiça retira tornozeleira de acusado de encomendar tentativa de assassinato contra ex-prefeito de Novo Acordo

Na época do crime, Letim Leitão era o vice-prefeito da cidade. Decisão determina que ele está proibido de visitar a cidade onde o crime aconteceu.

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A Justiça autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica que monitorava os movimentos do ex-vice-prefeito de Novo Acordo, Leto Moura Leitão Filho, conhecido como Letim Leitão. Ele usava o equipamento desde setembro de 2019, quando foi para a prisão domiciliar aguardar julgamento. Leitão é acusado de encomendar a tentativa de assassinato contra o então prefeito da cidade, Elson Lino de Aguiar, o Dotozim, em janeiro de 2019.

Tanto em entrevistas como ao ser ouvido na primeira fase das audiências judiciais, Letim Leitão sempre negou ter relação com o crime. Ele sustenta que tinha uma boa relação com o prefeito até a data em que tudo aconteceu.

A determinação partiu da juíza Aline Marinho Bailão Iglesias, da 1ª Escrivania Criminal de Novo Acordo. Ela atendeu a um pedido da defesa de Leitão que alegava que ele vinha cumprindo todas as medidas cautelares, mas que o uso da tornozeleira estava atrapalhando o réu a se deslocar para trabalhar.

Iglesias autorizou as viagens de trabalho e também visitas a parentes que vivem na zona rural de Rio Sono. Ela impôs algumas condições, entre elas a de que Letim Leitão não pode se aproximar da vítima ou da cidade onde o crime aconteceu. Ele também deve comparecer mensalmente em juízo e ficar recolhido em casa no período noturno, entre 20h e 6h, e também em feriados e finais de semana.

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Foto: TV Anhanguera

 decisão é do último dia 18 de outubro. Na mesma data, foi negado um novo pedido de liberdade para Gustavo Araújo da Silva, atirador confesso que executou o crime. A Defensoria Pública do Tocantins, que representa Gustavo nesta ação, alegou excesso de prazo para o julgamento e constrangimento ilegal. A juíza entendeu que não há como revogar a prisão porque ela foi determinada para assegurar a ordem pública.

Ao longo do processo, Gustavo Araújo mudou a própria versão dos fatos. No primeiro depoimento à polícia, na época da prisão, disse ter sido enganado por um empresário que teria pago pela morte do prefeito dizendo que o alvo seria um estuprador. Depois, durante o julgamento, afirmou ter atirado porque pretendia realizar um assalto e a vítima reagiu.

As defesas de todos os réus têm tentado manobras para anular a decisão de levar todos eles a júri popular. Em junho deste ano, um pedido para uma nova audiência de instrução foi negado pelos desembargadores da 4ª turma julgadora da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins. Ainda não há data marcada para o julgamento do caso.

O crime

O então vice-prefeito de Novo Acordo, Leto Moura Leitão Filho, foi preso em flagrante como suspeito de encomendar o atentado contra o prefeito, Elson Lino de Aguiar. O atentando foi no dia 9 de janeiro de 2019. A vítima levou três tiros, inclusive um na cabeça, mas sobreviveu.

A Polícia Civil concluiu as investigações e disse que o crime estava planejado para acontecer antes do Natal de 2018, mas a ação não deu certo. A motivação teria a ver com desentendimentos a respeito da divisão de propinas na cidade. Os dois políticos sempre negaram a participação em qualquer esquema de corrupção.

Casa do prefeito
Foto: Divulgação

Por G1