A Justiça decidiu prorrogar por mais cinco dias a prisão temporária de Iuri Vieira Aguiar. Conforme a Polícia Civil, ele é apontado pela Polícia Civil como o chefe de um grupo suspeito de desviar dinheiro de emendas parlamentares através de ONGs no Tocantins, em um suposto esquema de fraudes em obras e reformas do Governo do Tocantins
>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.
Iuri está preso em Araguaína desde segunda-feira (1º) e deve ser transferido para o Presídio Barra da Grota. Entre os cinco alvos da Operação ONGs de Papel, três já foram libertados. A própria Polícia Civil pediu a revogação da prisão deles por entender que os suspeitos cooperaram com a investigação e prestaram todas as informações necessárias.
Apenas Iuri Vieira e outro suspeito, que não teve o nome divulgado, seguem detidos.
Documentos picotados em lixeira
O delegado Guilherme Rocha informou que encontrou documentos picotados na lixeira em uma das empresas investigadas. Os papeis foram localizados durante as buscas nesta quinta-feira (5). Segundo o delegado, se tratam de comprovantes de transferência bancária.
“Houve a verificação e uma coleta de documentos retalhados, fracionados em uma lixeira. Dentre eles havia comprovantes de transferências, de depósitos da Prime Construções para a conta da Proplan”.
A Prime é a empresa que foi selecionada sem licitação para realizar obras que chegam a R$ 29 milhões. O contrato é de responsabilidade do superintendente de obras da Ageto, Geraldo Pereira da Silva Filho.
Após ser escolhida para os serviços, a emresa subcontratou a empresa Proplan para realizar parte dos trabalhos. A subcontratada, de acordo com a investigação, pertence a filha de Geraldo Pereira, Maria Fernanda Cunha Silva.
Tanto o superintendente quando a filha estão presos em Minas Gerais e não há previsão para a transferência para o Tocantins. A suspeita é de que Geraldo Pereira tenha burlado as regras de licitação para contratar uma empresa que pertence a própria família. Ele teria inclusive uma procuração para atuar em nome da empresa em questões judiciais.
Na lista de serviços que seriam realizados pela Prime, estão a reforma do Palacinho, onde funciona no Museu Histórico do Tocantins, e da futura residência oficial do governador Mauro Carlesse (DEM), conhecida como ‘Casa Branca’. A mansão avaliada em R$ 10 milhões fica na região central de Palmas.
- 7 Residências Rodoviárias (Porto Nacional, Paraíso, Guaraí, Araguaína, Dianópolis, Gurupi e Tocantinópolis);
- 11 Postos de pesagem e fiscalização rodoviária (Araguaçu, Caseara, Couto Magalhães, Jaú do Tocantins, Lagoa da Confusão, Luzimangues, Miracema do Tocantins, Novo Alegre, Porto Lemos, Serra Geral e Palmas);
- Parque Estadual do Cantão;
- Área de Proteção Ambiental do Jalapão (Ponte Alta, Mateiros e Novo Acordo)
- Praça dos Girassóis;
- Hangar do Estado;
- Garagem Central do Estado;
- Museu Palacinho;
- Residência oficial (Casa Branca);
- Sedes da Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação (Seinf) e Agência Tocantinense de Transporte de Obra (Ageto);
- Anexo da Superintendência de Habitação;
- Agência Tocantinense de Saneamento (ATS);
- Palácio Araguaia;
- Almoxarifado do Palácio Araguaia.
Entenda
A Polícia Civil deflagrou, na segunda-feira (1º), uma operação para investigar fraudes em reformas de imóveis públicos e obras de pavimentação asfáltica. Na ocasião, mandados de prisão, busca e apreensão. O prejuízo aos cofres públicos pode chegar a R$ 29 milhões. A ação foi chamada de Via Avaritia.
Na tarde de quarta-feira (3), foi realizada a segunda fase da operação com o cumprimento de mais mandados de busca e apreensão em empresas e casa em Palmas e Paraíso do Tocantins. Conforme apurado, a suspeita é de que houve subcontratação com repasse de propinas.
Participam da operação cerca de 25 policiais. Foram apreendidos documentos, equipamentos eletrônicos e anotações referentes ao possível esquema fraudulento.
O nome da operação faz referência à palavra latina Avaritia, que significa estrada da ganância.