As irmãs Kedma e Kaline da Paz fazem apelo para que o pai que está internado no Hospital Regional de Porto Nacional consiga um leito de UTI. João Nonato Assunção, conhecido como João Terror, de 70 anos, está com a Covid-19 e precisa deste tipo de atendimento com urgência, mas é uma das pessoas que estão na fila para conseguir um leito no Tocantins.
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O Governo do Estado não divulga o número de pessoas que estão aguardando. A direção do Hospital emitiu um nota para expressar a situação caótica da unidade.
As irmãs relatam que se sentem ainda mais abandonada porque há seis meses perderam um irmão para a pandemia. Ele também precisou ser transferido para uma UTI e morreu 15 minutos antes da chegada da ambulância que faria a transferência.
Assista o vídeo:
Segundo as irmãs, a mãe delas também contraiu a Covid-19 e está isolada em casa. As duas se revezam para cuidar dos dois e tentam conseguir socorro para agilizar a transferência do seu João Nonato.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que ele está na fila da Central Estadual de Regulação e que atua 24 horas por dia em busca de mais celeridade no processo. Segundo a pasta, os pacientes são regulados “de acordo com os critérios de avaliação médica, que os prioriza pela gravidade do quadro clínico apresentado”.
Desesperados, a família entende a situação como um descaso. “Ele não merece isso. Eu estou muito indignada, de não conseguir ajuda. Eu preciso de ajuda, pelo amor de Deus. Eu não quero que meu pai morra”.
Por outro lado, em uma carta direcionada a Secretaria da Saúde, Conselho Regional de Medicina e órgãos fiscalizadores, a direção do Hospital Regional de Porto Nacional declara a situação da unidade como caótica.
O hospital que é referência atente paciente de mais 20 municípios e, segundo a direção da unidade, a quantidade de leitos não não é suficiente para atender a própria população portuense.
Segundo a carta, há semanas, a unidade está com superlotação dos leitos direcionados aos pacientes com COVID-19, sem estrutura mínima para atendê-los.
“Queremos com esse documento expor a situação que estamos vivenciando
pela nossa equipe (médicos, enfermeiros, fisioterapeutas) e solicitar que, em caráter de urgência, sejam implantados novos leitos com condições técnicas de oferecer atendimento de qualidade ao paciente. Deixamos claro que, nesse momento; a aparelhagem que temos disponível está sendo insuficiente pros leitos já existentes, sendo impossível a abertura de novos leitos sem estruturação adequada”, diz a carta.