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Os irmãos Oranilton Pereira dos Santos e Claudemario Pereira dos Santos foram absolvidos das acusações de assassinato contra cinco pessoas da mesma família na BR-153, em Wanderlândia, no norte do Tocantins, em 2016. O veredito do Tribunal do Júri saiu na noite desta sexta-feira (20) após um julgamento que durou dois dias.
Absolvição dos réus de todas as acusações contou com a maioria dos votos dos jurados. O advogado Paulo Roberto afirmou que o processo teve várias falhas e o Ministério Público não conseguiu apresentar provas contundentes.
“Narrativa para o processo penal não basta, tem que saber provar e o Ministério Público não provou. O júri compreendeu a tese da defesa e absolveu os réus. Fizeram Justiça, é isso que a defesa diz”, comentou.
Os irmãos foram presos em 2016 e após o julgamento foi expedido o alvará de soltura.
O julgamento
O julgamento dos irmãos começou na quinta-feira (19) e terminou apenas na noite desta sexta (20). Segundo o Tribunal de Justiça, quatro promotores e quatro advogados de defesa atuaram no caso.
No primeiro dia foram ouvidas todas as testemunhas de defesa e acusação. Na sexta os acusados foram interrogados e ocorreram os debates entre a promotoria e os advogados de defesa.
O Tribunal do Júri é composto por um juiz presidente e sete jurados sorteados para compor o conselho de sentença, responsável por afirmar ou negar o crime atribuído aos réus. Neste tipo de julgamento, o magistrado é responsável pela condução dos trabalhos e elaboração da sentença com a pena.
O crime
O crime foi na manhã do dia 25 de julho de 2016, na BR-153, perto de Wanderlândia, norte do Tocantins. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cinco pessoas, incluindo uma criança, foram encontradas mortas em um carro com marcas de tiro pelo corpo.
As vítimas eram: Alan da Silva, de 30 anos; Sidiney Pereira dos Santos, idade não informada; Wesley Alves da Silva, de 25 anos; Deuzenir Alves da Silva, de 60 anos, e um menino de cinco anos que morreram no local.
Outras duas vítimas, Liliane da Silva e o filho Enzo Henrique, de dois anos, escaparam depois que a mulher se fingiu de morta e tapou a boca do menino.
Na época a mulher contou à polícia que o motorista Alan foi atingido por tiros enquanto dirigia pela BR-153. Ele perdeu o controle do carro, invadiu a pista contrária e capotou. Segundo os relatos, logo depois do capotamento, homens foram até o veículo e executaram os sobreviventes.
Segundo a Polícia Civil, o caso foi motivado por uma desavença entre famílias ciganas, pois uma das vítimas estava ameaçada de morte há cerca de dois anos. As vítimas foram encontradas com disparos na cabeça, típicos de execução.
A prisão
Os acusados pelo crime foram presos em agosto de 2016 em Posse, no interior de Goiás. Depois, foram encaminhados para Araguaína.
Em dezembro do mesmo ano, a defesa entrou com pedido de liberdade dos acusados. Mas, o Superior Tribunal de Justiça negou o habes corpus.