Indígenas denunciam condições precárias de sobrevivência em Lagoa da Confusão

Cacique Wagner Krahô-Kanela reclama da falta de assistência do governo. “Plantações inundadas, sofrimento para famílias indígenas”.

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O Cacique Wagner Krahô-Kanela da aldeia Catàmjê, localizada em Lagoa da Confusão, na região oeste do Tocantins, denunciou as condições precárias de sobrevivência por causa das enchentes devido às constantes chuvas na região.A manifestação do cacique aconteceu durante reunião realizada nesta terça-feira (23). O encontro contou com a participação de representantes do Movimento Estadual de Direitos Humanos – MEDH-TO, da Secretaria Estadual de Educação, Fundação Nacional do Funai-TO, UFT e do Conselho Indigenista Missionário (CIMI).

Também estava presente na reunião, o secretário de Estado da Educação, Fabio Vaz. Na ocasião, o cacique Wagner expôs que as enchentes trouxeram “desastrosas consequências e sofrimento para as famílias indígenas inundando as plantações e ainda deixando o gado sem pastagem”.

Além destas problemáticas o indígena também relatou: “falta até alimentos, as péssimas condições das moradias e com as enchentes ficamos sem transporte, combustível e água potável”.O cacique ainda frisou que a falta de transporte traz ainda mais sofrimento para cerca de 20 famílias composta de 63 pessoas, destas 18 crianças e adolescentes em idade escolar, o que impede de frequentar as aulas.

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Foto: Divulgação

Os indígenas Krahô-Kanela com foco na preservação e manutenção da sua cultura, também reivindicam que escola indígena local seja uma extensão de outra escola indígena e não como está há 7 meses conectada a Escola Estadual de Lagoa da Confusão, que é uma unidade escolar convencional. A Aldeia Catàmjê fica entre os Rio Formoso e Javaés, em Lagoa da Confusão.

Em outra pauta debatida na reunião e cobrada pela comunidade indígena é a representação dos membros no Conselho indígena que conforme o regimento do conselho deve ser composto por pessoas residente no local, e não da cidade de Palmas.O Movimento Estadual de Direitos Humanos -TO e Conselho Indigenista Missionário – CIMI, defendem que o estado, através da defesa civil, faça uma atuação contínua e eficiente para resguardar as cerca os indígenas em situação de risco.

A coordenadora do Movimento Estadual de Direitos Humanos Maria Vanir Ilidio, reforçou o pedido de resguardar os direitos dos povos indígenas. “É necessário secretário que faça uma intervenção junto a Defesa Civil do Tocantins para que sejam dados uma atenção especial e recursos disponíveis para todos os povos indígenas no estado do Tocantins que está sofrendo com os impactos das enchentes no estado”, pontuou.

O Estado do Tocantins possui uma população de quase 13.300 indígenas, situados, em diferentes regiões do estado, em terras oficialmente demarcadas e que tem o direito de serem atendidos para ter uma vida digna, com políticas públicas de acordo com a declaração universal da ONU sobre os direitos indígena aprovada em setembro de 2007.