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Os cinco homens presos na manhã desta sexta-feira (12), em um carro roubado e com diversas armas, teriam envolvimento com assassinatos registrados na capital neste mês. Eles já estavam sendo investigados e segundo a Polícia Civil, as suspeitas aumentaram com as prisões, apreensões das armas e relatos de testemunhas.
Eles foram flagrados pela Guarda Metropolitana de Palmas (GMP) na Arse 132 (1.306 Sul), depois que câmeras de monitoramento do tráfego identificaram o carro roubado. Conforme a Polícia, eles seriam os autores de pelo menos sete das mortes registradas recentemente na capital, mas que podem ter mais casos relacionados ao grupo.
Entre os objetos e armas apreendidos estão: três armas 380, uma arma .40 e uma arma 9 mm, além de quatro celulares, um relógio, um cartão de crédito, um cordão de prata e três capacetes.
Em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, o delegado Israel Andrade, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) explicou que testemunhas estiveram na delegacia para informar que os suspeitos teriam participação nas recentes e em outras mortes. Inclusive, segundo delegado, um deles foi reconhecido por causa do cordão de prata que estava usando, segundo a polícia. Mas a polícia não especificou qual mortes são apontadas como de autoria do grupo.
“Cada morte tem um inquérito policial e pelo menos sete, acreditamos em mais, tenham ligação direta com esses indivíduos que foram presos hoje. Tivemos cinco indivíduos retirados, cinco armas de fogo, que será feita toda a perícia para constatar, mas ainda no dia de hoje recebemos ligações, testemunhas aqui na delegacia que identificaram esses indivíduos como autores de diversos outros homicídios”, disse o delegado.
Sobre o ‘modus operandi’ do grupo, que é a maneira como agem, o delegado explicou que todos foram executados praticamente da mesma forma e que há outras pessoas envolvidas que ainda não foram presas. “Inclusive em alguns crimes é exatamente a mesma coisa e isso também é um elemento que nos leva a crer que na participação deles em mais crimes”, explicou.
O secretário de Segurança Pública Wlademir Costa, ressaltou que as prisões tiram de circulação os suspeitos dos últimos crimes e que as mortes podem, de fato, estar ligadas a brigas entre facções.
“Os dados mostram que o perfil do jovem abaixo de 30 anos de idade são as vítimas praticamente 65% desses homicídios. Isso permite verificar que aquelas pessoas que estão envolvidas com ilicitudes teriam tipo de envolvimento ligado direto com esses homicídios. Então verificamos que existe realmente grupos rivais que estão brigando por ocupação de terreno e nós estamos agindo energicamente”, explicou o secretário, ressaltando que desde o início do ano, aconteceram outras 27 prisões de suspeitos de homicídio em Palmas.
O secretário também disse que com a prisão dos suspeitos, a polícia espera a redução na onda de assassinatos na capital e que as investigações vão continuar, para descobrir também se existe e qual é a ligação entre todos os crimes. “O trabalho vai continuar, temos agora o fortalecimento da delegacia de combate ao crime organizado, bem como da delegacia de narcotráficos. Vamos tirar todas essas pessoas de circulação”.
Palmas registra um assassinato por dia
Com com base nos dados oficiais, 64 pessoas foram assassinadas entre 1º de janeiro e 11 de maio de 2023. A capital registrou 11 homicídios apenas em maio.
O último caso aconteceu na noite de quinta-feira (11), no setor Taquari, região sul de Palmas e a vítima foi identificada como Clevis Passos Nunes, de 31 anos. Dois criminosos chegaram de moto, invadiram a casa, tomaram os celulares de todos e trancaram as mulheres da família em um quarto. Logo depois foram feitos três disparos de arma de fogo e dois atingiram Clevis.
A PM encontrou o corpo caído com perfurações e hemorragia nas costas. O Samu ainda foi chamado, mas apenas constatou a morte. Um vizinho contou à polícia que viu os suspeitos em uma moto sem placa passando várias vezes na rua minutos antes do crime.
Nesta semana, um homem é baleado no Jardim Aureny I e três pessoas foram assassinadas no Jardim Vitória, Setor Janaína e Setor Sul.
A sequência de mortes é semelhante a onda de homicídios de fevereiro deste ano. Em uma única noite, quatro pessoas foram mortas, entre elas, três moradores de rua. À época, as investigações da polícia apontaram disputa entre grupos ligados ao tráfico de drogas.