Funcionários de gabinete do novo presidente da Assembleia confirmam que recebiam sem trabalhar

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Investigações da Polícia Civil apontam que pelo menos dois funcionários do gabinete do novo presidente da Assembleia Legislativa recebiam sem trabalhar. Antônio Andrade (PHS), conhecido como Toinho Andrade, assumiu a presidência da Casa na sexta-feira (1º).

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Conforme o inquérito que ainda esta em andamento, um dos funcionários disse a polícia que recebeu a proposta para ser funcionário fantasma do filho do deputado, o vereador de Porto Nacional Tony Andrade.

O funcionário informou que devolvia todos os meses parte do salário por transferência bancária diretamente para a conta do vereador e que chegou a entregar dinheiro em espécie nas mãos dele quando o volume ficava acima do limite permitido pelo banco.

O outro funcionário que é caminhoneiro, contou que foi nomeado e continuou viajando pelo país. Segundo ele, nos três primeiros meses ficou com o salário integral e que depois passou a repassar parte do dinheiro a pessoas indicadas por Antônio Andrade.

Este funcionário contou ainda que conhece o parlamentar desde a infância

Ainda conforme apurado, o primeiro funcionário foi contratado com salário de R$ 2,6 mil e devolvia R$ 2,2 mil para o filho do deputado. Atualmente, o salário dele seria de R$ 5.550 dos quais são devolvidos R$ 4,6 mil.

Já o segundo devolve R$ 560 mensalmente. Ele não declarou o quanto recebia, mas em consulta ao Portal da Transparência, consta que o salário dele era de R$ 880 em janeiro de 2018.

A Operação

Na segunda fase da operação Espectro II, são investigados 11 servidores que estariam recebendo sem trabalhar. Eles estariam ligados aos gabinetes dos deputados Toinho Andrade (PHS) e Amélio Cayres (SD). Um dos investigados seria ligado a presidência da casa de leis no período em que Osires Damaso (PSC) foi presidente.

Para a polícia, estes servidores não tinham condições de serem assessores parlamentares porque tinham vínculos empregatícios em outros locais, como na Câmara de Vereadores de Porto Nacional e empresas privadas. Alguns trabalhavam como caminhoneiros, professores e até frentista em posto de combustível.

Os mandados foram cumpridos por agentes da Delegacia de Repressão a Crimes de Maior Potencial contra a Administração Pública (Dracma). Conforme o delegado Guilherme Rocha, os deputados não são investigados neste momento. “Conforme a coleta de provas e o aprofundamento das investigações verificaremos se terceiros se beneficiaram com esse esquema. Certamente há possibilidade, conforme a coleta de provas, de chegar a pessoas próximas ou até aos deputados.”

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