Fazendeiro, engenheiro e servidores do Naturatins são denunciados por crimes ambientais

Eles teriam agido em conluio para emissão de autorizações fraudulentas que resultaram no desmatamento ilegal em reservas legais.

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Uma denúncia foi oferecida pelo  Ministério Público do Tocantins (MPTO), nesta quinta-feira (21), contra um fazendeiro, um engenheiro ambiental que o assessorou e dois servidores do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). Eles teriam agido em conluio e viabilizado a emissão de Autorizações para Exploração Florestal fraudulentas, que resultaram no desmatamento ilegal de aproximadamente 612 hectares de reservas legais.

Eles teriam agido em conluio para emissão de autorizações fraudulentas que resultaram no desmatamento ilegal em reservas legais.

Conforme a denúncia, inúmeros procedimentos foram fraudados no órgão ambiental, visado realocar criminosamente, para regiões com baixo valor econômico, duas áreas ambientalmente protegidas localizadas em terras rurais muito valorizadas e produtivas. Desse modo, as áreas de reserva legal de duas fazendas de Lagoa da Confusão foram realocadas para imóveis do município de Paranã.

Além disso, autorizações foram emitidos em setembro de 2013, quando o Novo Código Florestal já havia vedado a realocação de reservas legais entre propriedades diferentes. Nas fraudes, também foram desrespeitadas recomendações da Procuradoria-Geral do Estado e da Procuradoria do Naturatins, que destacam a ilegalidade na realocação de reservas.

Na denúncia, o Ministério Público pede que seja determinada liminarmente a indisponibilidade de bens dos réus no valor de até R$ 5,5 milhões, para a reparação dos danos em caso de condenação futura. O montante corresponde a um terço dos R$ 17 milhões apontados em parecer técnico do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como necessários para a recuperação de toda a área desmatada.

Após aceita a denúncia, os réus vão responder pelos crimes descritos na Lei de Crimes Ambientais, incluindo desmatamento de áreas ambientais protegidas, fraude em procedimentos ambientais e crimes contra a fiscalização ambiental.

A denúncia foi proposta pelo promotor de Justiça Francisco Brandes Júnior, titular da Promotoria de Justiça Regional Ambiental do Araguaia.