Ex-secretário e mulher são presos em operação contra grupo suspeito de usar ‘laranjas’ no registro de bens

Elmar Batista Borges foi secretário de integração governamental e ex-chefe de gabinete na gestão Marcelo Miranda.

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O ex-secretário extraordinário de Integração Governamental do Tocantins Elmar Batista Borges, conhecido como Cenourão, e a mulher dele Tatiane Felix Arcanjo, foram presos pela Polícia Federal durante a operação Carotenóides, deflagrada nesta quarta-feira (25). A suspeita é que eles façam parte de uma organização criminosa suspeita de lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, o grupo estaria usando ‘laranjas’ no registro de bens móveis e imóveis com o objetivo de ocultar a origem ilícita dos recursos. Cenourão também foi chefe de gabinete durante o governo de Marcelo Miranda.

Ao todo, 12 policiais participam da operação para cumprir os mandados em Natividade, região sudeste do estado, e Imperatriz (MA). Conforme a PF, a investigação é um desdobramento da operação “Reis do Gado”, realizada em novembro de 2016, a qual investiga o crime de lavagem de dinheiro no Tocantins ocorrida entre 2005 e 2012.

Ainda de acordo com a PF, o objetivo dessa ação é aprofundar as investigações, com foco em investigados que figuraram como laranja nos registros de veículos, bem como procuradores e intermediadores na negociação de fazendas, participando no processo de lavagem do dinheiro ilícito.

O nome da operação faz referência aos apelidos utilizados pelas pessoas.

Reis do Gado

Deflagrada no dia 28 de novembro de 2016, a operação Reis do Gaofo cumpriu cumpridos mandados no Tocantins, Distrito Federal, Goiás, Pará e São Paulo. O governador do Tocantins na época Marcelo Miranda (PMDB), o ex-governador do estado Siqueira Campos foram levados à sede da PF para prestar depoimento. O então secretário de infraestrutura Sérgio Leão foi preso temporariamente.

O suposto esquema de fraudes em licitações públicas envolvia empresas de familiares e pessoas de confiança do governador e aconteceu entre 2005 e 2012, segundo a PF. Até o momento, foram identificados que R$ 200 milhões foram efetivamente lavados.

Na época, a PF informou que a suposta lavagem era feita, ora pela compra e venda de gado, ora pela compra e venda de fazendas. Uma das fazendas compradas no Pará teria sido registrada por R$ 20 mil, sendo que o valor da propriedade chegava a R$ 40 milhões.

Os agentes investigam se houve a participação de cartorários no registro do imóvel. A PF disse que a lavagem envolve outros bens como aeronaves, carros e salas comerciais.