Ex-PM suspeito de matar advogado e que fugiu de batalhão em Palmas é transferido para o Tocantins

Wanderson Silva estava foragido desde 2019 quando conseguiu escapar do 1º BPM da capital. Dessa vez ele será levado para Araguaína onde o crime aconteceu.

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Após ser recapturado no começo de dezembro, o ex-policial militar do estado do Pará, Wanderson Silva de Souza, foi transferido para o Tocantins nesta sexta-feira (18). Ele é um dos suspeitos de envolvimento na morte do advogado Danilo Sandes, em junho de 2017.

Preso no mesmo ano, o investigado tinha sido transferido para o 1º Batalhão da Polícia Militar em Palmas, de onde conseguiu escapar e ficou um ano foragido até ser encontrado em Boa Vista (RR). Wanderson foi escoltado pela Polícia Civil, apoio do Grupo Operacional Tático Especial (GOTE), em um voo que saiu de Manaus (AM) e chegou na madrugada desta sexta-feira (18) no aeroporto de Palmas.

O ex-policial foi preso pela primeira vez em 2017, junto com dois PMs do Pará. Todos foram transferidos para Palmas porque não havia vagas em Araguaína. Só que ele estava foragido desde 2019, quando conseguiu escapar da sede do 1º BPM, onde cumpria prisão preventiva.

A Secretaria de Segurança Pública informou que Wanderson será levado para Araguaína, onde o crime aconteceu, e ficará na Casa de Prisão Provisória de município.

Ele é suspeito de ser um dos três executores do advogado Danilo Sandes. O crime aconteceu no final de julho de 2017 por causa de uma disputa por uma herança de R$ 7 milhões. A morte da vítima teria sido encomendada pelo farmacêutico Robson Barbosa da Costa, de 32 anos, segundo apontaram as investigações. Ele era cliente do advogado e parte em uma ação de inventário.

Nesta quinta-feira (17) o Tribunal de Justiça decidiu que todos os quatro investigados vão a júri popular por homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa. Os três executores também vão responder por milícia armada.

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Entenda

Robson Barbosa da Costa, Wanderson Silva de Souza, Rony Macedo Alves Paiva e João Oliveira Santos Júnior foram indiciados pela Polícia Civil em novembro de 2017. O farmacêutico é apontado como mandante e os militares como executores.

Os investigadores apontaram que Robson tenha decidido matar Danilo após ele se recusar a participar de uma fraude. Danilo representava Robson na disputa por uma herança de R$ 7 milhões e não quis ajudar o farmacêutico a esconder parte do dinheiro dos outros herdeiros.

Conforme o MP, o descontentamento de Robson ocorreu durante o acerto dos honorários advocatícios. Danilo ingressou com ação judicial cobrando a dívida e obteve decisão que o obrigou o farmacêutico a vender um caminhão para quitar a dívida.

A partir daí, Robson teria passado a arquitetar a morte de Danilo. Segundo o MPE, Rony Macedo Alves Paiva foi o intermediário que contratou os dois pistoleiros, Wanderson Silva da Sousa e João Oliveira Santos Júnior, para executarem o advogado. Pelo crime, os policiais receberiam R$ 40 mil.

O advogado teria sido atraído com o pretexto de que queriam fazer um inventário no valor de R$ 800 mil, além de imóveis e gado na região de Filadélfia. No dia 25 de julho de 2017, Danilo Sandes marcou encontro com militares entrou no veículo deles para que pudessem ir até Filadélfia.

No percurso, os pistoleiros deram dois tiros na nuca de Danilo e esconderam o corpo em um matagal. A vítima só foi localizada dias depois pelo morador de uma fazenda.