O ex-governador do Tocantins, Mauro Carlesse (Agir), foi preso na manhã deste domingo (15) enquanto se dirigia a uma fazenda de propriedade dele em São Salvador do Tocantins, no sul do estado. Ele foi localizado por equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público.
>> Siga o canal do "Sou Mais Notícias" no WhatsApp e receba as notícias no celular.
A prisão foi realizada em cumprimento a um mandado expedido pela 3ª Vara Criminal de Palmas. Segundo o Ministério Público do Tocantins, há indícios de que Carlesse estaria planejando fugir para o exterior.
A defesa do ex-governador informou que está a caminho de Gurupi para ter acesso ao mandado e ao conteúdo da decisão judicial. O caso está sob sigilo, e detalhes da investigação não foram divulgados.
Além de Carlesse, a Justiça também expediu um mandado contra Claudinei Quaresemin, outro investigado por envolvimento em esquemas de corrupção. Quaresemin já se encontra preso devido à Operação Overclean, deflagrada em 10 de dezembro, que apura fraudes em licitações, desvios de recursos públicos, corrupção e lavagem de dinheiro durante sua gestão como secretário de Parcerias e Investimentos do Tocantins.
Histórico e investigações
Mauro Carlesse assumiu o governo do Tocantins em 2018, após a cassação do então governador Marcelo Miranda (MDB) e da vice, Cláudia Lelis (PV), por uso de caixa dois na campanha de 2014. Na época, Carlesse era presidente da Assembleia Legislativa e assumiu o cargo interinamente, sendo posteriormente eleito em uma eleição suplementar e reeleito no pleito geral do mesmo ano.
- Médica e PMs são alvos de operação por tentar matar fisioterapeuta em Palmas
- Senado aprova regulamentação da reforma tributária
Carlesse governou até outubro de 2021, quando foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) sob suspeita de corrupção. Investigações da Polícia Federal apontaram seu envolvimento em um esquema de propinas e interferências na Polícia Civil. Ele renunciou ao cargo antes que seu impeachment fosse votado pela Assembleia Legislativa, abrindo caminho para que seu vice, Wanderlei Barbosa (Republicanos), assumisse o governo.
Em 2023, o nome de Carlesse voltou a aparecer em apurações relacionadas a fraudes em licitações na extinta Secretaria de Infraestrutura, Cidades e Habitação, referentes ao período de sua gestão. Em ações anteriores, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em suas propriedades, além da apreensão de um veículo de luxo.