Ex-funcionário da Backer pode ter sabotado cerveja Belorizontina; 10 pessoas tiveram intoxicação

Segundo a polícia, a empresa registrou no mês passado, um boletim de ocorrência contra o ex-funcionário por ameaça de morte. Um dos pacientes com quadro de síndrome nefroneural morreu.

 

Após os casos de intoxicação supostamente causados pelo consumo de uma cerveja, em Belo Horizonte (MG), uma das linhas de investigação é de que um ex-funcionário da Cervejaria Backer tenha sabotado a cerveja Belorizontina após desavenças com a empresa. As informações foi divulgadas neste sábado (11) pela Polícia Civil.

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A Backer é a principal suspeita de ter causado a síndrome nefroneural em ao menos dez pessoas, levando uma delas à morte. Ao mesmo tempo, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinaram a interdição da fábrica.

Conforme a Polícia Civil, em 19 de dezembro de 2019, a empresa registrou um boletim de ocorrência contra o ex-funcionário. No boletim, é relatado que o funcionário ficou muito nervoso e agressivo quando foi demitido, acusou um supervisor de ser o responsável pelo seu desligamento e o ameaçou de morte.

A polícia mudou seu posicionamento ao longo do dia sobre o possível envolvimento do ex-funcionário. De manhã, autoridades haviam dito que o caso não fazia parte das investigações. No entanto, o Estado de Minas informou que o delegado responsável corrigiu a declaração e disse que não descarta uma possível sabotagem do ex-funcionário.

Belorizontina
Foto: Reprodução

Entenda

As primeiras informações sobre a doença começaram a circular em grupos de redes sociais no último domingo (5), principalmente entre moradores do Bairro Buritis, na região oeste de Belo Horizonte. Desde aquele momento, as mensagens ligavam os sintomas ao consumo da Belorizontina.

Na terça-feira (7), a síndrome provocou a morte de Paschoal Demartini Filho, de 55 anos, que estava internado em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira. Ele passou as festas de fim de ano com a família no Buritis e o genro dele, Luiz Felippe Teles Ribeiro, de 37, continuava internado ontem com os mesmos sintomas.

Pacientes que enfrentam a enfermidade começaram a apresentar o quadro clínico, cuja origem era um mistério até quinta-feira, em dezembro último. No início, problemas gastrointestinais (náusea e/ou vomito e/ou dor abdominal). Depois, insuficiência renal aguda de evolução rápida (em até 72 horas) somada a alterações neurológicas, como paralisia facial e descendente, borramento visual, amaurose (perda da visão parcial ou totalmente) e alteração de sensório.

No início desta semana, a Secretaria de Estado da Saúde emitiu nota técnica para profissionais de saúde orientando-os a notificar casos com sintomas relacionados.

*Com informações do Fórum e Correio Brazilliense