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Infelizmente uma pesquisa sobre o “tamanho do Estado”, indicada neste link (https://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/11/1932453-um-quarto-do-congresso-nacional-vota-defendendo-estado-maior-diz-pesquisa.shtml), comete a enorme leviandade de misturar privilégios com direitos.
O setor público (grosso modo chamado de Estado) pode ter uma amplitude maior ou menor em relação ao setor privado mercantil. Porém esse dado, sozinho, não permite concluir se isso é melhor ou pior para a população.
Se for um setor público que PROMOVE DIREITOS, logo, que visa o BEM-ESTAR SOCIAL, claro que sua preponderância em relação ao setor mercantil é amplamente benéfica, pois as pessoas e a natureza não são mercadorias, são vidas de extrema validade, e o Estado (setor público), por meio de políticas públicas efetivas e bem elaboradas, ou seja, também eficientes, pode promover serviços essenciais para a qualidade de vida das pessoas.
Se for um setor público eivado de instrumentos e práticas patrimonialistas ou clientelistas, naturalmente temos a configuração de PRIVILÉGIOS, ou seja, boa parte da arrecadação dos nossos impostos, e da própria natureza das leis e sua aplicação no mundo privado ou na esfera da sociedade civil, estão comprometidas com a sustentação e ampliação da riqueza privada de uma minoria, seja dentro do aparelho estatal, seja dissipados no mercado.
Sem dúvida é necessário reformar (ou mesmo transformar) o setor público brasileiro, mas não para simplesmente diminuir o seu tamanho, o que tende a estrangular direitos e manter privilégios! O que precisamos é justamente um novo pacto social para ajustar ou recuperar verdadeiro propósito do Estado, que é a promoção do bem comum.
Precisamos, urgentemente, não de um Estado menor para o povo, e maior para os poderosos, mas sim de um Estado que seja de fato democrático, com um sistema político que tenha instrumentos efetivos de controle e participação popular, e não de blindagem aristocrática, e carreiras públicas do serviço público mais valorizadas, e não esmagadas pela hipertrofia das carreiras de controle ou do poder burocrático estatal, essas sim fontes de inúmeros privilégios, como o nefasto auxilio moradia das autoridades públicas que já obtém salários abastados, se comparados com a renda média do brasileiro.
E você, qual sociabilidade defende? A da injustiça, do desperdício generalizado, dos privilégios crescentes (dos poderes do Estado ou dos oligopólios de mercado) ou simplesmente a do bem comum?