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Para chamar a atenção das autoridades, exigir respeito, ser ouvidos e ter os seus direitos adquiridos, professores da rede municipal de Palmas – TO, paralisados há 15 dias por decisão da categoria em regime de greve, precisam chegar ao extremo de fazer uma greve de fome.
A greve de fome é um recurso político extremo, por isso é importante distinguir a greve de fome como um instrumento político válido, quando atinge uma causa nobre e unanime como a educação. A escola não existe sem esses corpos chamados de professores e professoras. Toda vez que um ser humano desperta algo de bom no outro, se dá um ato de educação, tenham os protagonistas consciência ou não. E quando se fala de educação, se evidencia o papel do professor no contexto socioeducativo. Educar é uma tarefa complexa, que exige uma carga intelectual vasta, que exige muitas vezes o saber encarar situações, o saber trabalhar com determinado contexto, o encarar desafios. Hoje, felizmente, podemos e devemos ensinar nossos alunos a pensar, a questionar e a aprender a discernir, para que possam construir opiniões próprias. Não é qualquer pessoa que substituem um professor ou uma professora em salas de aulas, os alunos e alunas merecem respeito.
Em Palmas infelizmente essa importante categoria de profissionais que deveriam estar em sala de aula, precisam de fazer uma greve para ter seus direitos como:
– Atraso da data base desde 2013;
– Atraso nas progressões de carreiras;
– Garantia do direito a titularidade;
– Condições de trabalho para professores;
– Qualidade de atendimento para alunos.
Essa greve de fome iniciada, envolve emoção e provoca no oponente um beco sem saída. Se ele faz o que você quer ele perdeu e, se ele deixar você morrer, a opinião pública vai ficar contra ele. A greve é um instrumento de luta, de risco de vida e de grande poder político, normalmente a greve de fome abre um processo de negociação e as autoridades se abrem a um possível acordo, válida como um último recurso, a greve de fome enfim é uma tentativa desesperada de mobilização frente a falta de democracia, sensibilidade e inteligência de um gestor.
O diário de um corpo em greve de fome
Minha experiência em greve de fome em 1995: No início, a fome desapareceu depois de dois dias. Após o terceiro dia, o corpo começou a utilizar a proteína muscular para produzir glicose, um açúcar que é necessário para o metabolismo celular. Os níveis tais como potássio, caíram para níveis perigosos. O corpo também perdeu gordura e massa muscular, eu naquela época há 25 anos, era diabética, porém, não diagnosticada, só resisti os 03 primeiros dias. Dentro da segunda semana, no final da greve meus companheiros tiveram dificuldades em manter-se em pé, pois eles sofriam de tonturas graves, lentidão, fraqueza, perda de coordenação, baixa frequência cardíaca e sensação de frio.
Além dos danos físicos sofridos pela greve de fome, mudanças psicológicas que causam comportamentos impulsivos e agressivos são comuns. Estes efeitos podem aumentar a probabilidade de os indivíduos levarem a greve de fome até à morte, mesmo depois de uma greve de fome terminar, a realimentação tem alguns riscos reais, uma vez que as alterações metabólicas que ocorrem durante o jejum severo podem ser profundas, e os mesmos devem ser cuidadosamente monitorados por uma equipe da saúde.
Pronto, falei!
*Na foto o protesto da professora Virgínia Coelho.
Infelizmente é a mais pura realidade. A Educação é chave para qualquer porta, qualquer janela. A Educação é o princípio do conhecimento, do aprendizado. Realmente, chegar ao ponto de fazer uma greve de fome, constitui se um ato contra a vida. Tal ato não busca confronto político e muito menos anseio midiático, mas almeja ardentemente alcançar a tal gestão que se colocou num púlpito de ordem, num pedestal inatingível. Entrei nessa greve porque não fora somente pelos direitos já adquiridos em lei, que ele faz questão de não ver, mas entrei porque nós, profissionais da educação ou não, merecemos RESPEITO. E isso não está acontecendo nessa atual governabilidade.