Em Palmas, moradores denunciam falta de insumos e medicamentos na rede pública de saúde do município

Pai relata que está há três meses sem conseguir tiras para medir diabetes da filha. Moradores também reclamam da falta de fraldas geriátricas e insulina.

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A menina Sofhie tem sete anos e desde os três convive com a diabetes tipo 1. O pai dela, Ângelo Fabrício, conta que sempre contou com a rede de saúde do município para receber os itens necessários para medir o nível de açúcar no sangue da filha. Só que mesmo antes da pandemia o material começou a faltar e há dois meses ele não consegue os insumos.

“Para mim não era uma falta, foi um problema momentâneo, mas agora neste mês se eu não pegar é o terceiro mês que não pego. Vai inteirar três meses sem as tiras do glicosímetro”, disse o autônomo Ângelo Fabrício Nunes.

Para que a saúde da filha não fosse comprometida o pai se viu obrigado a comprar os materiais que deveriam ser fornecidos pelo SUS. Só que isso começou a pesar no bolso porque cada caixa com 50 tiras custa cerca de R$ 50 e a menina precisa de quatro caixas por mês.

“Eu não posso deixar isso faltar para a minha filha. Então eu vou deixar de pagar energia, vou deixar de pagar água e vou comprar o remédio, é a prioridade”, afirmou.

Segundo a Secretaria de Saúde do Município a estimativa é que 25 crianças e adolescentes e 450 idosos com convivem com a diabetes tipo 1 aqui em Palmas. A retirada geralmente é feita nos postos de saúde.

A gente chega em um postinho ou chega para buscar a insulina e simplesmente os funcionários dizem que não tem e não dá uma explicação ou solução”, disse a instrutora e tutora Lainy Costa.

Também estão faltando outros tipos de medicamentos e insumos. Um outro pai conta que precisou tirar dinheiro de outras contas para comprar fraldas para o filho acamado. “Uma hora a secretaria fala que o problema é o fornecedor que não entregou. Outra hora informa que o problema é a pandemia. Ou seja, ela fica tentando explicar o inexplicável”, disse o homem, que pediu para não ser identificado.

Há problemas também com o fornecimento de medicação. Um relatório do Tribunal de Contas do Estado revelou que por vários meses a rede de saúde de Palmas ficou com estoques zerados de remédios. O último mês do relatório, abril deste ano, mostrou o completo desabastecimento de 29 tipos de medicamentos.

O Ministério Público disse que essas faltas são constantes e que está tomando providências. “Chama atenção a falta de fraldas que se arrasta há anos sem nenhuma solução por falta de planejamento do município de Palmas”, disse o promotor Thiago Ribeiro Vilela.

O que diz o município

A Secretaria Municipal de Saúde disse que o processo para aquisição das fitas insulínicas e das fraldas geriátricas está sendo finalizado e a previsão de entrega destes insumos será na próxima semana.

Por G1