Máquinas trabalham na remoção dos escombros da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, que foi implodida no último fim de semana. Ao todo, serão retiradas 7,5 mil toneladas de concreto, asfalto e estrutura metálica. Essa etapa é essencial para que a nova ponte seja erguida no mesmo local. Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), a previsão de entrega da nova estrutura é até o fim deste ano
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Após a implosão, a prioridade agora é a limpeza do local. Utilizando a técnica de fragmentação mecanizada, as equipes irão remover os escombros e o pilar que permaneceu de pé. O diretor de infraestrutura rodoviária do DNIT, Fábio Pessoa da Silva, explicou que as novas obras começarão assim que a maior parte do concreto for retirada.
“O serviço de limpeza será priorizado nos pontos onde serão construídas as novas fundações. Assim que tivermos avançado na remoção dos escombros, daremos início à nova estrutura. Sabemos que imprevistos podem ocorrer, especialmente em uma obra dessa magnitude, mas o planejamento e a execução são viáveis para conclusão ainda este ano”, afirmou.
Implosão da ponte
A ponte foi demolida na tarde de domingo (2) com cerca de 250 kg de explosivos. As cargas foram detonadas em sequência, com intervalos de milésimos de segundo entre elas. O processo durou menos de 15 segundos.
O engenheiro de minas Manoel Jorge Diniz Dias, responsável pela implosão, classificou a operação como um sucesso, destacando que houve baixa vibração nas estruturas próximas ao Rio Tocantins, incluindo a barragem, a ferrovia e as residências da região.
“A avaliação foi extremamente positiva. Utilizamos duas detonações sequenciais para evitar sobreposição e minimizar vibrações. Os impactos foram bem abaixo do previsto, garantindo a segurança de todas as estruturas próximas”, explicou o engenheiro.
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Nova ponte
O DNIT informou que a nova ponte terá 100 metros a mais que a anterior, totalizando 630 metros de extensão, com um vão livre de 150 metros. A entrega da obra está prevista para 22 de dezembro deste ano.
A nova estrutura contará com uma largura de 19 metros, sete metros a mais que a antiga, incluindo:
- Duas faixas de rolamento de 3,60 metros cada
- Dois acostamentos de 3 metros cada
- Duas barreiras de proteção tipo New Jersey de 40 centímetros cada
- Dois passeios de 2,3 metros cada
- Guarda-corpo nas extremidades
A reconstrução da ponte está a cargo do consórcio formado pelas empresas Construtora A. Gaspar S/A e Arteleste Construções Limitada, com um investimento de R$ 171,9 milhões.
Tragédia do desabamento
A ponte desabou no dia 22 de dezembro de 2024, às 14h50, ligando as cidades de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). O colapso foi registrado por um vereador de Aguiarnópolis que já denunciava as condições precárias da estrutura.
No momento do acidente, dez veículos passavam pela ponte, incluindo duas caminhonetes, um carro, três motos e quatro caminhões, sendo que três transportavam ácido sulfúrico e agrotóxicos. A tragédia deixou 14 mortos, três desaparecidos e um sobrevivente.
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Vítimas
Desaparecidos:
- Salmon Alves Santos, 65 anos
- Felipe Giuvannucci Ribeiro, 10 anos
- Gessimar Ferreira, 38 anos
Mortos:
- Lorranny Sidrone de Jesus, 11 anos
- Kécio Francisco Santos Lopes, 42 anos
- Lorena Ribeiro Rodrigues, 25 anos
- Anísio Padilha Soares, 43 anos
- Silvana dos Santos Rocha, 53 anos
- Andreia Maria de Souza, 45 anos
- Elisangela Santos das Chagas, 50 anos
- Alison Gomes Carneiro, 57 anos
- Rosimarina da Silva Carvalho, 48 anos
- Cássia de Sousa Tavares, 34 anos
- Cecília Tavares Rodrigues, 3 anos
- Beroaldo dos Santos, 56 anos
- Alessandra do Socorro Ribeiro, 50 anos
- Marçon Gley Ferreira, 42 anos
O único sobrevivente foi Jairo Silva Rodrigues, de 36 anos, resgatado com ferimentos após cair no rio.
A remoção dos escombros e a reconstrução da ponte seguem como prioridade para minimizar os impactos da tragédia e restabelecer a ligação entre os dois estados.